domingo, 13 de março de 2011

Os meus olhos recuaram,
assim como o dia recuou:
o céu fez-se cinza,
foi o vento que voltou.
Quando o dia quer ser preto e branco,
até a flor mais viva,
da minha janela,
perde a cor.
Esses dias sombrios,
não menos bonitos,
são como um tabuleiro de xadrez.
Um retrato em grafite.
Essa hora
em que o dia me abraça
me esquenta por fora,
mas congela por dentro.
Os meus olhos vêem tudo claro demais,
a minha pupila rege o meu mundo.
Eu vejo escuro quando quero.
O estranho é que eu nunca mais fiz nada por alguém. Até sofrer, agora eu sofro por mim mesma.