domingo, 26 de setembro de 2010

Domingo é um dia que dói.
Dormingo. Dor de dormir.
Dormir pra não doer.
O domingo traz o que se pode esquecer
durante a semana.
Trás o sono que trás o sonho.
O perigo do sonho,
que é bom mas é mentira.
Acordar no domingo dói mais
do que acordar na segunda.
O domingo, para as minhas mãos e minha alma,
dá vontade de escrever.
Não consigo.
Porque o domingo dói,
mas dói tanto,
que faz questão de deixar
todas essas palavras dentro de mim.
Essas palavras grandes, pesadas
e doloridas.
Dor de domingo nunca se cura,
essa dor na garganta que volta sempre,
de sete em sete dias.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ai!

A dor de uma alegria frágil, fraca e vulnerável.
Ser feliz também é doer.
Para sofrer deve se sentir dor.
A dor não passa de um beliscão,
para lembrar que estamos vivos.
Viver... Essa alegria tão frágil.

Um bolo de frases

Dos poemas que li,
Poucos eu lembro.
Dos que escrevi,
Poucos eu lembro e destes poucos,
Poucos prestam.
Os poemas passam,
Deixam uma receita aqui dentro,
E vão embora.
Essa receita de palavras
Que uso mais tarde.
E de novo, eu esqueço!
Lá vou eu...
Folhar o livro de poemas,
Como se folhasse o livro de receitas da minha avó...

Um pedaço, por enquanto...

Aí vai o pedaço de um poema: gostei do fim, mas há dúvida se é necessário o começo.

A Terra é tão cheia, tão linda e tão grande,
Mas de vez em quando me chateia.
Não por ser cedo, nem por ser tarde.
Não por já ser noite, ou por ser dia.
E sim, por ser o único lugar onde eu poderia.
O único lugar onde eu poderia estar...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Borracha?

Decidi tentar escrever sem apagar,
Erros surgirão e não poderei repensar.
Mostrar o que eu sinto, às vezes,
Não há chance de ponderar.
Portanto, nesse primeiro poema,
Em que não há voltar atrás,
Meus dedos imprecisos e agoniados,
Tentam conter o que a alma quer gruitar gritar.
Que medo de dizer o que não se pode,
Mas eu prometi que não iria apagar.

Essas tuas bolitas pretas

Duas jabuticabas e um brilho desesperador.
Receio que as jabuticabas
Já tenham sido usadas antes
Para descrever um olhar.
Pois bem,
Elas não vêm do mesmo cesto,
Nem da mesma árvore.
Certamente, não são as mesmas jabuticabas.
As que olham pra mim,
Não olham pra ti.
E ninguém mais
Tem um jeito tão preto e desesperador,
Mas ao mesmo tempo tão doce de olhar.

sábado, 18 de setembro de 2010

o meu xaxim


A curiosidade,
De amar um lugar
É que a gente não precisa
Ter vergonha de demonstrar...
O amor é sempre retribuído,
A cada manhã que nasce,
E noite que escurece.