domingo, 16 de novembro de 2008


Porque as pessoas não vão simplesmente tomar um chimarrão e conversar no sol?
Não precisa ser nem um chimarrão, sabe? Pode ser um suco, ou só o sol.
É tão boa a calmaria de sentar em uma grama, numa tarde ensolarada e ficar por ali, não precisamos viver nos shoppings para sermos pessoas felizes e bem resolvidas.
Ta faltando um pouco mais disso sabe. A gente não precisa fazer a Disney se materializar na nossa frente no meio da semana... Poxa vamos à praça mais perto da nossa casa sentar na grama, porque afinal, não importa onde estamos se estivermos com quem a gente gosta.
Caramba, você sai na rua, a primeira coisa que fazem é enfiar panfletos de dentista quase dentro do teu olho, isso irrita muito. As pessoas estão todas enlouquecidas, e o mundo inteiro ta assim.
Você vai numa loja, entra na loja, e em menos de um minuto tem uma atendente quase sentada no seu colo perguntando se você quer ajuda. Tudo bem, se eu quisesse ajuda eu pediria. E outra, se fosse só esse o problema, não é. Depois de fazer a pergunta, elas continuam sentadas no seu colo, comentando sobre cada coisa que você bota os olhos. Dá vontade de dizer “Pode ir moça, eu tenho mãos para observar o produto!”
Voltando para a Disney, porque que a gente tem que fazer da nossa vida, pra ela ser legal, um parque de diversões? É o que todo mundo quer hoje, e as pessoas estão esquecendo do bom chimarrão na praça da esquina. Ta, forcei agora. Eu não tomo chimarrão, mas que seja. A maioria dos gaúchos tomam. Então, as pessoas estão esquecendo do picolé do bar, tão esquecendo do algodão doce do tio, de recolher flores pelo bairro e depois deixa-las secarem dentro dos livros. Ba, lembrei que sempre fazia isso com a minha mãe. As pessoas estão tão estressadas com o dia-a-dia e acham que no seu tempo livre tem que fazer um parque de diversões com todos os brinquedos do mundo. Bom, vou avisando, se você faz isso com o seu filho, um parque de diversões, desculpe as palavras, mas talvez ele se torne o monstrinho do parque de diversões daqui a um tempo e ele vai crescer mais e mais, daí vai ser tarde de mais pra você ir na praça ensolarada mais perto de casa.
E eu não to enlouquecendo não. Eu estou falando o que é verdade. A cada dia que passa nós vemos mais crianças com toda a linha nova de brinquedos recém lançada, com um estoque de chocolate em casa a seu dispor todos os dias da semana, com presentes e mais presentes fora de época, e fazendo escândalos nos supermercados porque não ganharam a tal bala, porque já tinham mais dois sacos daqueles em casa. Se seu filho está fazendo isso, e se você está criando ele assim, tente salva-lo agora, antes que seja tarde de mais, se já não for.
Ah, quem sou eu para falar alguma coisa, afinal, não tenho filhos, e nem pretendo ter tão cedo, tenho apenas treze anos. Mas, um dia, eu terei filhos e não quero que tenham uma Disney em casa, onde cada coisa que eles fazem é endeusada e idolatrada. Na minha opinião, temos que tratar os filhos com amor, carinho, compreensão, mas dentro da vida real, para que eles saibam superar as coisas depois, quando não estivermos mais aqui, e assim que eles criarão os filhos deles, provavelmente.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sempre na Verdade


Confesso que posso ser ingênua em algumas coisas. Bem ingênua. Mas em outras, acho que não sou tão ingênua assim. Eu costumo acreditar sempre no que as pessoas dizem, e acho que isso pode ser um defeito. Um defeito não, mas leva a outro defeito, a burrice. Claro que eu não sou uma boboca que acredito nas coisas de que qualquer um fala, claro que não. Mas, eu sempre acho que quando as pessoas falam alguma coisa, elas tendem a falar a verdade. Como todo mundo sabe, nem sempre é assim né. Quase sempre não é assim.
Quando eu confio muito em alguém, eu confio totalmente. Não consigo confiar pela metade. Não consigo mesmo. Se eu não confio totalmente, é porque eu não confio de verdade. E eu confesso que misturo um pouco as coisas. Muitas vezes, por uma pessoa ser querida, legal e tudo mais, eu acho que essa pessoa também é super confiável, e saio falando sobre os meus sentimentos e sobre as coisas que eu penso. Nunca me aconteceu nada de ruim por confiar de mais nas pessoas, mas chega uma hora, que a gente vai encontrar alguém não confiável, então é melhor se cuidar.
Eu sempre espero das pessoas a verdade. Talvez porque eu acho que as pessoas esperem isso de mim, e isso que eu mostro pra elas. Sempre na verdade. Pra mim isso é o básico dos básicos.
Às vezes a verdade pode ser uma coisa dura, ruim de encarar, claro que sim. A maioria das vezes é assim. Se não, nem teria porque as pessoas mentirem, né? As pessoas mentem para ocultar a verdade, esquecer da verdade, não encarar a verdade. É muito difícil acreditar que um sonho acabou, que um amor foi destruído, simplesmente findou, ou então que aquela pessoa que você mais confiava, não merecia sua confiança. Nossa, isso é horrível. Mas daí, isso já sai um pouco da verdade, e vai para a realidade.
Realidade... Isso também, é bem difícil de aceitar e viver. Quem dera a gente poder viver a vida se iludindo. Seria bom, se um dia nós não tivéssemos mais que voltar para a realidade. Mas a gente tem que voltar pra a realidade e encarar nossos problemas, até porque, se nós não tivéssemos problemas, pra que iríamos viver? Nossa vida seria monótona, sem graça e teríamos tudo em nossas mãos. Tudo. E será que nós conseguimos dar conta de tudo em nossas mãos? Acho que não. Por isso, cada um com os seus problemas, resolvendo eles, se preocupando com eles, mas sempre, resolvendo eles na verdade, sem prejudicar ninguém mais. Se beneficiar, mas sem prejudicar os outros.
O pior de tudo, é que tem gente que se sente bem em trapacear os outros, em mentir, em ter duas mulheres, em ter dois homens (ou mais né), tem gente que realmente acha isso certo. Mentir, roubar, matar, não vêem nenhum problema nisso. Claro que matar, e trair o marido ou a esposa, não são as mesmas coisas. Mas se tu for pensar, ambas as coisas são feitas por pessoas sem respeito e sem o mínimo de noção de certo ou errado.
Esses dias eu estava pensando...
O que leva uma pessoa a mentir?
Sim, claro. Existem vários tipos de mentiras. E várias histórias para que elas aconteçam. Mas bem, porque uma pessoa muitas vezes prefere mentir, ao dizer a verdade?
Dizem que sempre a verdade é melhor... Então?
Ah, sei lá. Tem horas, que a mentira é mais fácil... Da uma vontade de mentir. Uma vontade de chegar e dizer: “Quer saber? Todo mundo mente, porque eu também não?”. Mas eu acho que ser sincero e honesto, é uma coisa que nos diferencia dos outros seres. Pode ser uma coisa ridícula e pequena. Pode. Mas bem, faz toda a diferença. Ridícula não, e se formos pensar, nem pequena é. Já é uma grande coisa tentarmos ser sinceros, e maior ainda se conseguirmos.
Caramba, tem tanta gente que mente né?
É difícil encontrar hoje em dia, alguém que a gente saiba que pode confiar cegamente. Claro que tem pessoas assim. Mas é difícil de encontrar alguém que tu saiba que pode confiar, rapidamente. Geralmente, a gente demora um pouco mais pra descobrir, e mesmo assim, a gente se surpreende às vezes.
E... Será que se perdoa uma mentira? Dependendo da mentira, da pessoa e porque mentiu.
Sempre procuramos fazer o que é certo, não é? Eu pelo menos sim.
Acho que a mentira é uma forma de tentar esconder o que fizemos de errado, e nós queremos esconder de nós mesmos. Porque vemos que erramos, e não queremos assumir. Preferimos mentir. Se achássemos que o que nós fizemos foi certo, não mentiríamos, diríamos a verdade, porque não teríamos porque esconder aquilo que achamos certo.
Então, acho que o melhor de tudo é nós pensarmos antes de fazer as coisas, tentar fazer as coisas certas, para que a verdade seja a coisa certa. Mas mesmo que a verdade for a pior coisa, não vale a pena mentir, diga a verdade sempre.

sábado, 8 de novembro de 2008

Rotina


Acordar com o despertador chato do celular, dormir mais um pouquinho e esquecer da vida, quando tu vê, tu já ta atrasada, daí levanta, coloca a roupa feia do colégio, escova os dentes, lava o rosto, faz suas necessidades, coloca as meias, penteia os cabelos, põe desodorante e um perfume, desce as escadas correndo porque ta atrasada, afinal, depois de despertar dormiu mais do que devia, e pra completar, quase cai na escada, coisas básicas de uma manhã chata e sem futuro.
Depois disso, quando tu já deu uns passos e adquiriu novamente seu equilíbrio, tu pega o material da escola toma ou come alguma coisa muito rápida e vai para a aula.
Lá, a coisa mais interessante que se tem pra fazer além de contar as novidades e conversar com os amigos (quando não somos atrapalhados pelos professores), é escrever na borda dos cadernos o nome da sua paixão platônica, o nome da sua banda preferida e a letra das musicas deles. Claro, prestar atenção na aula também é uma ótima opção, quando se está a fim de ser alguém na vida, quando não quer ser uma pessoa burra e ignorante, ou quando não se está depressiva porque levou um fora, descobriu que o cara que tu gosta, gosta de outra, ficou com outra, ou te traiu. Sendo assim, é preferível ter motivos para prestar atenção na aula.
Mais ou menos no meio da manhã, temos o nosso glorioso e esperado intervalo de quinze minutos onde nós temos que dividi-lo com vários amigos, tentar dar atenção a todos e ser ouvido por todos. É um ótimo tempo para fazer isso. Melhor ainda se você tiver quinze amigos para dividir seu tempo. Pelo menos não é tão difícil fazer a conta para dividir. Um minuto para cada um. Perfeito, não é? Isso quando tu não tem uma prova logo depois do intervalo e quer aproveitar para dar uma estudadinha antes, ou pegar as respostas dos amigos das outras turmas que já fizeram a mesma prova. Realmente, eu acho que é um tempo bem bom de recreio. Poderia até ser mais curto.
Passaram-se então esses quinze gloriosos e bem aproveitados minutos, e tu volta para aquela maravilha de aula, ô coisa boa. Ter que prestar atenção na aula, enquanto ficou sabendo de novidades no recreio e tem que repassar para as amigas da turma. É tão estimulante essa escola. Espero que pelo menos eu consiga passar no vestibular.
Uma hora e quarenta minutos se passam e a aula termina. Cada um vai para seu canto e sua casa, do jeito que pode. A pé, voando, de carro, de jatinho, táxi, ônibus, vã escolar, bicicleta, carrinho de mão, parada de mão, de moto, motocicleta, skate, já vi gente até de patins (não vi nada).
Chego em casa, almoço, lavo a louça nos dias que não temos faxineira, depois de lavar a louça venho para o computador tentar fazer alguma coisa que presta, e mesmo se não faço, fico por aqui mesmo. Às vezes faço as unhas, que por sinal estão cada vez mais bem feitas, modéstia a parte, eu pinto bem, volta e meia vejo se tem algum filme bom na TV, quando tem trabalhos os faço, leio, estudo para provas, quando tem, é claro, tento tocar violão, e temas, confesso que não é o meu forte, e escuto música. Boa música.
Chega a noite, converso um pouco com meus familiares, faço o que tem que ser feito, como alguma coisa, porque se não eu desmaio, escuto música, não vivo sem música, e durmo.
Claro, isso quando não tenho minhas amigas por perto.
Não me acho no direito de reclamar da minha vida. Eu até que estou de saco cheio de algumas coisas, mas eu não posso reclamar se não tentar mudá-la para melhor, é muito fácil reclamar sem fazer nada para melhorar. Por tanto, vou agora me dedicar mais as coisas que eu gosto de fazer, e que podem ter retorno no futuro e no presente. Como escrever, por exemplo. Gosto muito de escrever. Às vezes não gosto do que escrevo, e nem sei se as pessoas gostam, mas estou aí, procurando melhorar cada vez mais, por ser uma coisa que eu gosto de fazer, e por ser uma coisa que talvez os outros gostem de apreciar.
E que venham as férias
!