terça-feira, 24 de março de 2009

As borboletas parecem voar pelo céu,
Um tanto confusas e sempre sozinhas.
Param numa folha, voam para outra...
Em busca de algo que eu também procuro,
Mas não sei o que é.

A Gata

Parada na porta de casa,
Sentada nos degraus
Onde muitos já tinham pisado,
Eu olhava para a velha gata preta,
Que pelos seus olhos dourados,
Olhava para as folhas
Circulando dentro do redemoinho.
Para ela, aquilo não fazia mais sentido.
Não como antes, quando tudo era novidade,
E ela corria atrás das folhas enlouquecida.
Agora, aquele círculo de vento,
Era mais que comum, e foi perdendo a graça.

Lua

Hoje, um amigo meu, o Kievel, estava conversando comigo pela internet, e sugeriu para que eu fosse ver a lua, que estava linda. Abri a janela, não vi lua nenhuma. Vi um pouco de sua luz que batia nas nuvens.
Foi simplesmente assim, que eu vi que a lua às vezes aparece, e às vezes não. Que em algumas noites ela aparece pra uns, e não pra outros.
E assim, a gente vai vivendo. Uma noite com mais luz, outra noite com menos luz, em outras, com uma pontinha de luz que ainda sobra. Aí que eu me dei conta, de que a luz da lua, sempre volta. E que mesmo que tenham muitas nuvens tapando, em alguma noite, ela vai arranjar um jeitinho para aparecer. Cabe a nós, se vamos dar bola só para as noites escuras, e ficar sempre na escuridão, ou se vamos viver e lembrar das lindas noites de lua cheia.

terça-feira, 3 de março de 2009

Orgulho

Esse orgulho ordinário. Essa preocupação com o que os outros vão pensar. Esse excesso de amor próprio e principalmente esse medo de se render.
Não acredito mais em promessas. Pelo menos, as promessas que me fazem, nunca são cumpridas. Quem errou uma vez, vai errar sempre. Não. Quem me machucou uma vez, me machucou pra sempre. Se vai errar daqui pra frente ou não, é só um detalhezinho pequeno. Tem alguma coisa que não me deixa esquecer o que aconteceu. E lembrar do que aconteceu me dá uma dor tão, tão enorme e horrorosa, mas que não diminui meu amor. Só mistura raiva com amor, e isso, por experiência própria eu digo, não é nada bom. Então, pense. Como eu posso continuar convivendo com o que me faz lembrar dessa dor toda hora? Como eu posso não conviver com o que me faz feliz? É uma situação para pensar, pensar, pensar e enlouquecer. Não tem o que fazer. Ou eu passo por cima de uma coisa que eu não consigo esquecer, ou eu não esqueço e passo por cima do meu orgulho. Mas, o meu orgulho é deixado de lado nas duas opções. E eu não consigo fazer isso.

Aquele espaço enorme

Eu poderia agir da mesma forma, não poderia?
Seria fácil resolver os problemas fazendo o mesmo joguinho. Mas joguinhos são tão... Vazios. E o vazio pra mim é pior que discussão, é pior que desentendimento é pior que briga. Porque no vazio, cabe silêncio, cabe tristeza, cabe mentira, cabe omissão, cabe submissão, cabe desonestidade, cabe mágoa, cabe angústia, cabe solidão, cabe decepção, cabe frustração, cabe tanta coisa, mas continua tão vazio.
E eu senti tanta coisa ruim com esse vazio. Eu senti um nada muito forte, que não dá nem pra chamar de nada. Um nada com dor, um nada com sofrimento. É um nada que eu ainda sinto, mas que eu tento esconder. E muitas vezes consigo, pra tentar fingir que tudo isso é bobagem, e que eu posso completar esse vazio. Mas eu completo, na maioria das vezes, com insegurança e dúvida...
Penso e vejo que o erro não é meu, é nosso. Penso e vejo que quem tem que pedir desculpa não sou eu. Que o que tem que mudar não é em mim, é em nós. Que a diferença dói sim. Que só o amor não resolve. Que só a confiança não garante. Que só o sentimento não move. Que pra pedir desculpa, se passa por cima do orgulho. E que pra perdoar, tem que valer a pena. Porque tudo isso só funciona, com respeito e consideração.
Porque sem respeito, não tem amor. E é possível ter respeito sem amor.
Eu só não quero mais alguém pra ter receio, nojo, repugna, raiva e até uma considerável dose de ódio. Mas é engraçado, você sempre acaba arranjando mais alguém assim pra mim. Alguém que eu não tenho sequer um sentimento bom para amenizar todos os outros ruins. Porque você sabe, o que te salva de mim, é o meu amor, que aos poucos, toma conta da raiva e do nojo, e do pouquinho de noção que eu ainda tinha. O que te salva de tudo é o meu amor. O que te abriga quando você briga com alguém, o que te escuta quando ta irritado, o que tagarela quando você escuta, o que escuta enquanto você tagarela, o que você tem conversa, o que te beija quando você tem desejo, o que te acaricia quando você ta quieto, o que te dá razão pra ter aquela saudade boa.
Você tem quem te observe, quem te cuide, quem te sorria, quem te abrace, quem te beije, quem te respeite, quem brigue contigo, quem discuta, quem te acorde, quem te ame. Você tem a quem observar, quem cuidar, a quem sorrir, a quem abraçar, a quem beijar, a quem respeitar, com quem brigar, com quem discutir, a quem acordar, a quem amar.
E esse alguém sou justo eu. Justo eu que dou mais do que recebo. Justo eu que posso só estar achando isso. E porque eu estou aqui, afinal? Se eu acho tão errado o que você fez, ou faz. Se eu acho tão estranho o seu jeito de agir, se eu acho tão incorreto o seu jeito de amar. Existe jeito de amar? Essas criticas a ti são tão dispersáveis, sempre vão pra outro lado, encontram outras perguntas, outras respostas, outras criticas sobre outras coisas.
Hoje, eu vejo que fazer é mais difícil que falar. E que muitas vezes, a gente fala sem saber.