Ela não entendeu por que, mas seus olhos estavam cada vez mais azuis. Um azul que não se limitava ao azul da cor do mar: era o azul de todos os azuis. Azul da água, do céu, da hortência. Sei lá, era azul do jeito que qualquer um podia ver, era azul do jeito que qualquer um quisesse ver.
Ela sorria branco. Branco de todas as flores, de todas as nuvens, branco como leite. Ela sorria todo o branco que tinha direito. Sorria até mesmo o branco que os outros não tinham.
O seu cabelo estava bem mais amarelo: um amarelo de quem deixou o sol entrar. E como entrou! Aquele sol invadiu o corpo todo e queimou quase tudo de ruim que tinha lá dentro.
Continuou não sabendo por que, mas ela estava encontrando nela mesma todas as cores possíveis, imagináveis. Finalmente ela conseguiu colorir o retrato preto e branco que estava dentro dela. Porque todos têm uma foto dentro de si, a imagem real, que nem sempre é sorridente.
Suas cores, agora, eram as mesmas, tanto do lado de dentro quanto do lado de fora. O que ela sentia, era o mesmo que ela mostrava: e tudo estava tão colorido! E agora tudo é tão feliz.
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ana e o mar - o teatro mágico
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