segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Acorde

Às vezes eu tenho a sensação que a vida passa adormecida por mim. Eu tive que vir escrever esse texto porque, eu ia desabafar com um amigo, mas daí pensei em escrever. Mas mesmo assim, depois vou ter que desabafar com ele mesmo, porque eu não consigo guardar nada para mim, e às vezes, não é suficiente contar só para o papel.
Mesmo parecendo confuso, no momento não estou me sentindo dormente, mas sim, parece que eu estou acordando dessa dormência. As músicas tão fazendo cosquinha no meu peito... Sabe como é? Se você já escutou uma música muito boa e que te fez muito bem, você sabe o que é cosquinha no peito.
Mas mesmo assim, as vezes uma musica muito boa fica sem fazer cosquinha no seu peito. E provavelmente não é a música, mas sim, seu peito. E era disso que eu estava falando.
Quando um sol brilhante não tem mais graça, ou quando a chuva não te causa medo nem tristeza, quando você não se importa com o calor (eu sempre me importo, mas pode ser um sintoma), quando fazer nada passa despercebido, ou quando fazer tudo passa despercebido, acredite: você está dormindo acordado e só você pode se acordar.
Como? Não tenho a mínima idéia. Mas suspeito que seja fazendo alguma coisa diferente, ou ser desafiado por alguém, ou então até descobrir que alguém não te quer.
Nem que seja pra apertar o peito ao invés de fazer uma cosquinha, é bom acordar.
No meu caso, acho que foi porque fugi um pouco da rotina, e fui para a fazenda da minha família. Não to querendo achar um grande significado por trás disso tudo e surpreender ninguém. Não foi que eu descobri que a natureza é extremamente necessária, ou que eu me sinto um pedaço daquele lugar, porque tudo isso eu já sabia. Muito menos pra dizer que o planeta vai se decompor por causa do aquecimento global (porque eu nem sei se vai), nada disso. É muito mais simples: sair da rotina, sair da mesmice, sair do computador (é, verdade), sair das mesmas músicas de sempre, sair, sei lá, só a palavra sair já diz tudo.
A gente não precisa ir pra Disney, Lisboa, Londres, Paris pra sair da rotina. Só ir visitar a Tia que a gente nunca vê, ou a avó que a gente não tem muito contato... Só pra sentir, sabe, aquela cosquinha no peito que eu tanto falo. E eu falo só porque é bom, só por parecer que a gente tem a vida saltitando aqui dentro.