segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mais um desses

Eu sei que eu não sou a primeira pessoa a escrever isso, mas me contento em ser a segunda, ou a quinta pessoa. Não escrevo sobre sentimentos que só eu tenho.
“Hoje eu quero sair só.” O Lenine mais uma vez está certo, porque às vezes parece que a gente deu um nó.
A gente dá vários nós pela vida, e também desata eles. Atando e desatando a vida vai acontecendo e se desencadeando em um esperado final, se não feliz, pelo menos completo. A gente vai procurando o complemento, o significado, alguns sorrisos e algumas lágrimas. Às vezes sentimos saudades até de chorar, mas quando a saudade é de sorrir é porque algo está errado. E é normal alguma coisa estar errada. Nunca tudo está certo. Nunca tudo é perfeito e a palavra perfeito não deveria existir, já que nada tem a honra de ser abençoado pela tal palavra.
Agora me inspirei. Até me sentei direito para não doer às costas. Se para você, a dor de ler é muita, não precisa não. Nem todo mundo sente ou gosta do que eu escrevo.
Eu sempre refleti muito sobre as coisas, sobre a vida, a minha e a dos outros. Já refleti sobre a minha vida em relação aos outros, vice-versa, e também sobre a importância da minha vida, seja ela para o mundo ou para outros habitantes. Com isso, algumas vezes chego a parecer louca, viajada, deprimida e sem nada pra fazer. Isso é um grande problema: pessoas adoram rotular. Colocam rótulos, geralmente, em coisas que não entendem. Um assunto ou uma atitude nunca é tão simples para ser rotulada em uma palavra, em um adjetivo, ou até mesmo em um gesto. Tudo merece um tempo para ser considerado, ou não ser considerado. Rotular é muito fácil, é muito simples, é muito nada. Quem rotula é burro. Isso seria rotular, não seria? Rótulos são para quem vive de momento, para quem só capta o momento e não tem capacidade para repensar sobre algo que já passou.
Voltando ao Lenine (já disse isso em algum texto antes, mas Lenine é Lenine). Às vezes eu tenho vontade de sair só, que nem ele, que nem todo mundo deve ter. Voltando do colégio me dá vontade de ficar perambulando pelo meu bairro, que é quietinho, perigoso, mas quietinho. Tem sol, tem chuva, tem nuvem e tem vento. É bonito. É cinza chumbo quando não é amarelo, mas às vezes está azul. O tempo muda e em todas as estações eu tenho vontade de ficar perambulando, me entregando ao pouco das árvores que sobraram na cidade. Trágica. O bairro tem muitas árvores.
São nesses poucos passos voltando para casa que eu penso o quanto a vida é simples e a gente complica tanto. Vai ver é isso, complicar pra não enlouquecer. Ou enlouquecer um pouco para não enlouquecer demais. Porque se for pensar, tudo é meio louco mesmo. Se for pensar, pensar mesmo, você fica pensando até nunca mais parar. O negócio é viver. Às vezes, sim, filosofar. Mas eu filosofo demais. E sim, eu comecei uma frase com “mas”.
Não quero terminar o texto.

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