domingo, 31 de outubro de 2010

Qualquer coisa

O que hoje parece absurdo, já foi tão necessário. Eu escrevo momentos, e como eles mudam! Ontem, o dia era triste! E hoje, veja só, o sol já voltou!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eu agradeço à minha e à tua dor.
Se nada doesse,
Eu não escreveria.
Se pouco doesse,
Tu não leria.
Raras são as vezes que se escreve
Por estar tudo muito bem!

Comparações

Vinte e oito de junho de dois mil e nove:

É como se dentro de mim pingasse dor.
E essa dor fosse caindo gota por gota pelo meu peito...
Escorrendo por dentro.
Pinga, pinga, pinga...
Não seca. Não evapora. Não sai do lugar, não se mexe.
Fica ali.
Pingando, pingando...
Ouço tristeza no barulho.
Barulho no meio do vazio, da escuridão. Barulho molhado.
Não é água.
São pingos daquele sentimento ruim. Daquela coisa que tranca na
garganta, que nos deixa precisando falar, mas nos obriga a calar.
E tranca lá dentro.
E continua pingando, e doendo. E doendo. Um pingo dolorido a cada palavra não dita.
E vai me corroendo. Vai me enfraquecendo.
Eu tento chorar, e não consigo.
Eu choro dentro de mim.
As únicas lágrimas que escorrem são dentro de mim.
E elas vão escorrendo, enquanto formam aquela poça, aquela poça de dor.
Poça de dor que dói, muito mais do que uma dor física.
A poça já se tornou um poço de dor.


Vinte e nove de outubro de 2010:

Faz tempo que não sinto o poço de dor.
A dor já transbordou do poço,
E saiu por aí.
Não se tranca mais no poço,
Ela quer ver coisas novas.
A dor até esquece de doer,
Está ali, vivinha,
mas livre!
Liberdade – até a dor precisa disso!
Ser livre! Para quando vem,
Poder sair.

Muitas maneiras de um poema

Aí vai um...

A dor envelheceu tanto o tempo...
Senti passar anos,
No lugar de algumas horas...
E agora vejo que, em horas,
Curei uma dor que pareceu durar anos...
O tempo passou num rápido devagar,
Que nada dói mais.

E aí vai outro...

A dor envelheceu tanto o tempo,
que ele passou rápido e já não dói mais.


Ah! Eles querem dizer a mesma coisa... to mais feliz.

Eu te amo São Francisco de Paula


Não nasci pra ver os morros de baixo.
Eu nasci pra ver, dos morros,
Todo o resto que não se compara
À minha serra.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Caixotes

Hoje eu vi o sol nascer quadrado,
da minha própria janela.
Não uma janela qualquer,
a janela, essa,
que chamam de meus olhos.
Um tanto cinza, mas azuis?
Não interessa!
Eu vi que, há tempos,
vejo tudo nascer quadrado!
A Terra pra mim,
não é redonda...
E o mundo não dá voltas!
Eu vejo apenas quadrados,
umas caixas vazias,
que viram, capotam, abrem,
e de dentro delas nada cai!

domingo, 17 de outubro de 2010

Estes eu encontrei perdidos por outubro de 2010!

Eu queria te fazer um poema,
que fosse tão bonito,
ao ponto de te ver chorar.
Contraditório!
Porque quero é te fazer sorrir.
Tu me traz tantos confusos sentimentos,
e tantas palavras soltas,
que um poema sobre amor eu não pude te dar!
Um tanto quanto louco este poema parece ser.
No entanto, o que pode ser tão próximo da loucura,
como o amor?
Desculpe essa maneira,
tão confusa de expressar.
O meu amor é assim mesmo,
amar sem saber como.




Te amar tão forte,
isso não deve fazer bem.
Chego a querer me desculpar,
por esse meu incrível desespero!




Me desculpa só sorrir,
quando queria te falar,
me desculpar por te amar tanto.

Mário Quintana

Eu queria que ele sussurasse no meu ouvido tudo que eu escrevo.
É loucura!
Mas, às vezes,
Eu penso!
E lembro que frase não se começa com “mas”!
NO ENTANTO, poucas são as regras
Que seguram meu poema!
Às vezes,
Não tem forma e nem
cor.
Eu mesma acho difícil:
É possível dar valor, e ver a essência,
De algo sem aparência?
Peço, se há um leitor desse poema,
Que ele feche os olhos,
como eu fechei ao escrever.
Perdida, não no escuro!
Mas na pior tristeza
de estar triste em meio à felicidade.
Nessa claridade que é estar em paz!
Estar, se está. A paz não encontrei.
Estar em paz é contestar,
Se a paz existe ou não.
Estar em paz é não estar.

Eu sem ser meu dono, sem ser ninguém

Abro gavetas dentro do corpo.
Procuro, procuro,
algo que eu não sei dizer,
não sei o que.
Há tanta bagunça,
e nada eu acho!
Quando meu desespero já escorre pelos olhos,
aí eu percebo: Essas gavetas não são minhas!
Esse corpo não é meu!
Eu não tenho minhas próprias gavetas,
nem meu próprio corpo,
para procurar o que nunca perdi.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

nem leia

cheiro de mato pra mim tem cheiro de vida.
a folha é verde e me alegra os olhos,
e o cheiro do limo me dá ar aos pulmões.
a vida por si só me dá esperança.
não sei, me deu vontade de escrever isso.
assim como um passarinho canta.
sem querer comparar essas humildes palavras,
com o canto do sabiá em minha janela.