Meu pai fala da simplicidade.
Minha mãe diz sobre a vida.
Eu ouço o som de suas vozes.
E imagino uma despedida.
Uma filha há tempo se foi,
a outra agora há pouco.
Minha vez então não demora,
a deixar essa casa de louco.
Todas já reclamaram,
todas quiseram sair.
Mas as duas que foram,
voltaram.
E ainda voltam,
mesmo que tenham de ir.
Meu pai é todo orgulhoso.
Ver as filhas sair do ninho.
A mãe a mesma coisa,
mas sempre com saudade do carinho.
A minha hora então vai chegar,
ainda que eu tenha de esperar.
Aí quero ver o sufoco,
de a última filha deixar.
Então vem a imagem
de ver essa casa vazia.
Os quartos em que já bati na porta,
quando tinha medo,
sem nenhuma resposta tranquila.
Como é deixar uma casa,
onde se aprendeu quase tudo que se sabe?
Onde todo mundo sempre se preocupou,
em deixar o pensamento à vontade.
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