E eu fiz essa porcaria.
E ainda mostrei para os outros.
A minha cabeça e meu coração são altamente ligados. Mas, às vezes, um desliga o outro quando um sente demais e o outro pensa de menos. Às vezes, é a cabeça que pensa demais e o coração sente demais e aí tudo é demais e aí quem chora são os olhos. Choram lágrimas de faíscas de um curto que deu ali dentro. Um curto interior que não agüenta o que vem de fora, ou o que acaba não vindo.
A gente sempre faz algo esperando em troca, porque é ser otário fazer algo por alguém sem ser gratificado. E quem é o idiota que faz algo sem querer ser gratificado. Dar por dar, é difícil. Dar amor por dar amor, sem saber se vai receber, acontece, mas dói. Porque ninguém foi feito pra se foder sozinho. Ninguém foi feito pra ceder, ceder, e nunca ser compensado.
Pensar no que se sente... Só sentir não adianta. Sentir sem saber que se sente não tem lógica. Sentir não existe, se a gente não souber que está sentindo. Por isso que amar com a cabeça existe sim. Amar com a cabeça é saber amar: saber que se ama. Só se sente se a cabeça avisar “você está amando.”. Se não tiver cabeça, você está amando, mas você não sabe, ninguém nunca te contou. Nunca te avisaram. Não tem graça.
Sentir pode não ser mais tão bonito quando se descobre que não ultrapassa todas as barreiras. O sentimento passa por uma seleção bem rigorosa da nossa cabecinha.
Quando você se apaixona a primeira vista, quem te avisa são os olhos, e onde eles estão? Na cabeça. Você ouve a voz bonita, e onde estão as orelhas? E a boca, que você tanto beija? E aquele cheiro que em vez de cheirar, você respira, é o coração que sente o cheiro?
O coração dá umas fisgadas de vez em quando e olhe lá! Aperta um pouco, mas logo afrouxa! Dói, mas nada que doa tanto assim! Nem é tão importante assim... O coração só é o responsável por aquelas ondas daquele negócio que vem não sei da onde, que parece que vão sair pela boca. O coração bate rápido demais quando eu vejo ele, e suspeito que seja o coração que faz minhas mãos suarem e depois ficarem geladas. Aquele nó na garganta que tanto falam, deve surgir de algum lugar.
Eu não sei mais como descrever, mas minha cabeça e meu coração são muito ligados. Aliás, o meu corpo inteiro se atiça e se liga quando o assunto é o teu. O meu corpo inteiro dança e libera ondas dessa coisa que arde, que faz cócegas dentro da gente. O meu corpo sabe quando ele deve ficar fervendo só de pensar em ti, e sabe também quando deve dar aquela fisgada, quando eu descubro uma coisa desagradável.
Os meus olhos não vêem o sentimento que entra e sai dentro de mim, eles não vêem a cor desse negócio que parece sair da minha boca. Só que meus olhos vêem como tudo é mais bonito e mais colorido quando a cabeça se liga ao coração e a todo o resto do corpo. Meus olhos vêem a paisagem diferente quando o corpo inteiro se empenha, naturalmente, para que o amor faça tudo ficar mais colorido.
Eu te amo com a ligação completa. O coração que avisa, a cabeça que sente, o pé que houve, o nariz que fala. Eu te amo com o corpo inteiro. Eu te amo mesmo que eu não saiba distinguir o que faz o que, porque é um sentimento tão grande, que só rege a mesma coisa. Rege um todo que só quer te amar.
Como esse texto: as palavras vêm soltas, tomando seu lugar. É a cabeça com o coração que tentam explicar o que ambos combinam tanto pra sentir e entender.
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