Eu gosto de escrever sobre a saudade que eu sinto. É um jeito de fazer essa saudade ser produtiva, já que eu nunca vou matá-la mesmo. Escrever sobre a saudade imensa que toma toda a minha alma faz com que eu torne isso tudo mais bonito: dou um brilho no sofrer. Torno o que eu sinto em algo mágico, algo supervalorizado. Mas na realidade não é: é uma saudade que todo mundo sente, que todo mundo chora, que todo mundo vive morrendo.
Tu não vai te comover com a minha saudade, por isso eu mesma me deleito com esse buraco que abre aos pouquinhos no meu peito. E fico pensando, imaginando, me torturando ao sonhar com o dia em que a saudade morra, se enterre, e tudo fique bem.
Essa saudadezinha que cozinha aqui dentro, solta um gostinho de sofrer que chega até a ser bom: eu sempre viajando, dizendo que sofrer é bom. E não é?
Eu gosto de sofrer de vez em quando... Pra depois, no futuro, comparar, ver como eu fui forte! Ver como eu amadureci! Ver como eu fiquei bem.
Mas na realidade, agora, eu quero mais é curtir minha saudade... A saudade que, pelo amor de Deus, eu preciso matar.
E depois do fim do texto, vem o desespero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário