sexta-feira, 22 de julho de 2011

Confesso que...

...quando eu escrevo, tento pensar como o Mário Quintana, agir como o Mário Quintana. Aposto que ele não postava em um blog. Chego até a tentar me convencer de que escrevo melhor do que o Mário Quintana. Podia agora mesmo imprimir todos meus poemas e esfregar na cara dele que eu poderia ter a minha própria casa de cultura. Seria capaz de encontrá-lo onde quer que ele esteja, aquele morto, para ler qualquer um dos meus gloriosos versos. Volto à realidade e me lembro que enquanto eu pensava em esfregar na cara dele meus escritos, eu não havia escrito nada. Percebo então que qualquer palavra minha, perto das dele, não têm nem cabimento, não têm importância, assim como um velório sem defunto.

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