A água
que como correnteza
perde a forma de pureza.
Levar o que é sujo,
consigo sem querer.
E quando eu arrasto gente
que eu não tenho nem certeza,
se quero ou não pra mim.
Me sinto como a água,
que ao correr pela rua,
leva, às vezes, algo ruim.
Rodei, rodei,
não disse nada.
Como folha na calçada,
que se arrasta e faz
barulho, toda amassada.
Com a imprecisão de depender do vento,
termino eu, este poema,
no relento.
Porque como, como é triste,
não ter controle de mim!
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