Um cãozinho que vaga
Espalhando o caos
Para quem odeia a vida.
Quem não ri do próprio fracasso,
Não sorri ao fechar a porta
Para se despedir.
O fracasso fica ali... Preso...
Despindo qualquer motivo de esperança.
E então volto ao cachorro,
Do qual quase me perdi.
O que importa,
É que não importa o dono.
Quando alguém xinga o vira-lata,
Ele sabe rir de si.
E sai abanando o rabo,
Varrendo os enganos que cometeu:
-Se alguém vai remoer meus erros,
Não sou eu!
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
terça-feira, 14 de maio de 2013
Que se dane o nome!
Não sei o que me deu
de não mostrar mais
esses poemas
que nunca ninguém leu.
Vai ver foi um aviso
pra eu criar juízo
e não passar vergonha.
E que dor medonha!
bem agora esse ciso
crescendo, não era preciso.
Latejando a minha boca.
Agora eu me encontro
ainda mais louca.
Mas também,
coisa pouca.
Diante de tanta desgraça
a gente esquece,
mas o tempo sempre passa.
E eu já não me importo mais
em mostrar esse poema
como me importava antes
nos versos iniciais.
de não mostrar mais
esses poemas
que nunca ninguém leu.
Vai ver foi um aviso
pra eu criar juízo
e não passar vergonha.
E que dor medonha!
bem agora esse ciso
crescendo, não era preciso.
Latejando a minha boca.
Agora eu me encontro
ainda mais louca.
Mas também,
coisa pouca.
Diante de tanta desgraça
a gente esquece,
mas o tempo sempre passa.
E eu já não me importo mais
em mostrar esse poema
como me importava antes
nos versos iniciais.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Tédio
Memorizou para esquecer amanhã.
Despiu-se pensando na roupa que vestiria.
Quando viu, estava almoçando
e pensando na janta...
Já era velho.
Despiu-se pensando na roupa que vestiria.
Quando viu, estava almoçando
e pensando na janta...
Já era velho.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Para expulsar a dor
Eu não escrevo mais
Eu choro o dia inteiro
Essas lágrimas de sal
Correm pelo banheiro.
Eu não consigo mais
Passar de quatro versos,
Agora tenho sete
Mas estão em aberto.
A vontade que eu tenho
É de me apagar por dentro
Ainda me contenho
E cai no esquecimento.
Eu só tenho palavras
Nem um pouco enriquecidas
Eu uso um remédio
Que me deixa esquecida.
Eu não sei mais
Fazer tu querer ler.
E eu não conjugo verbos
Quando eu estou a sofrer.
E dói tanto no peito
Dói como martelada
Ser tão, tão amada
E não sentir mais nada.
E é assim que eu vivo
Eu vivo como morte
E já não me importo
Se tenho azar ou sorte.
As minhas estrofes
Parecem tão largadas
É que vou escrevendo
Como se fosse nada.
Não lembro o que disse
No verso anterior
Só sei que não consigo
Mais ser um escritor.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
O primeiro ateu
Amassou o pão que o diabo comeu.
Sovou tão forte que a garganta ardeu.
Passou aquela manhã toda na cozinha,
rezou um terço pro pai, pra mãe e pra menina.
E se sentiu de repente contrariada
que era tão boa, mas foi obrigada
a sovar o pão pro diabo.
Ele merecia, coitado.
E parar consolo, ao ter pena do capeta,
"Quando Deus não quer, Deus não deixa."
Então, se ela fez, é porque podia.
E assim era mais fácil,
para Maria, aceitar o mal que fazia.
Assim como Juca, Amélia e Sofia.
Rezavam pro mesmo Deus
quando matavam, morriam e surravam.
E a desculpa, logo vinha:
Deus é o mesmo pra todos.
No entanto, um dia, Maria.
Ao ver a morte da filha.
Pela bala do revólver
de quem a menina não queria namorar.
Maria falou, não é justa essa vida.
E algo a fez não acreditar.
"Que Ele escreve certo por linhas tortas, o que!
Esse invisível, danado, hoje vai me pagar!"
Então, hoje foi ela quem castigou Deus.
Com o pior castigo que Ele teria.
Ele jamais, um dia, duvidaria.
Que alguém iria dele duvidar.
Até hoje, o diabo ri de Deus,
agradece Maria.
A primeira pessoa que ousou
à Ele abandonar.
Culpado
Parou e olhou
o dia que havia passado.
Não pôde sorrir,
nem suspirar aliviado.
Percebeu que aquele dia,
nublado,
resumia a vida toda.
E que não importava
se estava só ou acompanhado.
E o dia nem contava
se era terça ou feriado.
Acontece que por dentro
era todo abandonado.
E a vida toda passava
em mais um dia desperdiçado.
o dia que havia passado.
Não pôde sorrir,
nem suspirar aliviado.
Percebeu que aquele dia,
nublado,
resumia a vida toda.
E que não importava
se estava só ou acompanhado.
E o dia nem contava
se era terça ou feriado.
Acontece que por dentro
era todo abandonado.
E a vida toda passava
em mais um dia desperdiçado.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Sobe, escolhe, encolhe.
Age rápido como engole
algum resquício de constrangimento.
Invade o clima de deserto,
abre a cortina
do cômodo desperto.
Deixa ecoar o tempo
que escoa.
Aproveita e coa ruim
e faz apenas o que é bom.
Sem sapatilha e sem tutu,
não dança um passo
que escolheram.
Só levanta poeira
pra quem quiser baixar.
Age rápido como engole
algum resquício de constrangimento.
Invade o clima de deserto,
abre a cortina
do cômodo desperto.
Deixa ecoar o tempo
que escoa.
Aproveita e coa ruim
e faz apenas o que é bom.
Sem sapatilha e sem tutu,
não dança um passo
que escolheram.
Só levanta poeira
pra quem quiser baixar.
terça-feira, 1 de maio de 2012
Não sei se isso está certo
Continue andando
sentindo a brisa
como o arranhão
de um gato.
Não peça carona.
Não perca o jeito
de trocar os pés
com passos de Ballet.
Deite em uma calçada,
mas não perca de vista
o além de quem está de pé.
Bata nessa boca
se quer reprimir.
Deixe a língua solta,
vão querer te ouvir.
Não ranja os dentes,
já está bem cuidado.
Como uma semente
de um pé já plantado.
Não sei pra quem dou
todo esse conselho.
Talvez eu devesse,
falar para o espelho.
sentindo a brisa
como o arranhão
de um gato.
Não peça carona.
Não perca o jeito
de trocar os pés
com passos de Ballet.
Deite em uma calçada,
mas não perca de vista
o além de quem está de pé.
Bata nessa boca
se quer reprimir.
Deixe a língua solta,
vão querer te ouvir.
Não ranja os dentes,
já está bem cuidado.
Como uma semente
de um pé já plantado.
Não sei pra quem dou
todo esse conselho.
Talvez eu devesse,
falar para o espelho.
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