domingo, 11 de julho de 2010

Sete dias, sete cores

Ele via cores.
Azul, na esquerda e direita,
Em todos os caminhos.
Azul pelos olhos,
Azul era o que falava,
E seu beijo era um céu azul!
Azul, o doce algodão,
Como uma Hortência na subida da serra.

Na quarta-feira era como se visse verde,
Tudo da cor do detergente
Que sua mãe lavava a louça.
Folhas respiravam por ele,
E o vento as levava.

Às vezes, aos domingos,
Não importava a cor que via,
Ele só percebia o dourado.
Dourado dos cabelos de alguém que,
Jamais,
Poderia deixar o mundo tornar-se cinza!
O dourado que ele concebia sem duvidar,
Sem pensar e sem saber.
Os fios de cabelo competiam com os do sol,
Mas quem iluminava lá dentro eram os olhos!
Os olhos da cor que ninguém vê,
Pois há tanta luz,
Ofusca a alma e o peito.

Os dias passavam e aos domingos é que se tinha ar.
Ele não queria mais saber das outras cores,
Quando se podia ter os mais belos fios de ovos!
Dourados como mel,
Doces como amor!

Um dia, chegou,
E ele já não via mais azul,
A quarta não era tão verde,
Mas os dias não eram cinzas!

As cores, diversas, misturadas,
Vieram a aparecer!
O dourado permaneceu,
Todos os dias,
Em uma coisa ou outra.
Talvez num sorriso,
Talvez no sol,
Mas sempre,
Sempre aos domingos,
Com uma força maior!
Uma força com gostinho de mel,
Cor de vitória!
Uma força chamada amor.
Que não tem dia para aparecer
E que dá lugar para tantas outras cores.

Um comentário:

Anônimo disse...

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