quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

*

Nesse escuro,

Onde só eu vivo,

Achei o meu lugar.

Doce escuro,

Ninguém quer disputar.

Eu tenho paz,

Calma,

E eu sou eu,

Mesmo que ninguém consiga olhar.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Novo, mais uma vez

Eu sorri e disse adeus. Passou algum tempo, eu me senti como se meu olhos tivessem se separado da minha cabeça, observando tudo, sem limitações. Eu não tinha peso, e tudo parecia claro. Cores claras. Parecia um quarto de bebê.

Até que eu senti meus pés no chão. Não era como algodão, que nem eu pensava... As nuvens são parecidas com claras batidas em neve... Não me contive. Me abaixei e peguei com o dedo um pouco, botei na boca. Não tinha gosto de nada. Me aliviei, pois meus pés não ficariam grudando por causa do açúcar.

Nada parecido com o que eu imaginava, não encontrei minha avó, nem meu tio Julio. Não tinha nenhuma pessoa na entrada. Haviam ovelhas, feitas do mesmo material que havia no chão. Elas falavam, sim. Achei estranho, mas encantador.

Fiquei com medo, cheguei a pensar que lá tudo é tão diferente, que ovelhas poderiam falar, e humanos não. Ainda não tinha aberto minha boca. Abri, e disse meu nome. Sorri ao dizer meu nome. Pelo menos isso eu tinha garantido, minha boca e meu nome. Logo, as ovelhas me falaram que eu poderia esquecê-lo. Que aqui, ninguém precisaria de nome para se referir a ninguém. Bastava pensar em tal pessoa, que aquela pessoa saberia que gostaríamos de falar com ela. Sem nome, sem nada.

Num lugar tão surpreendente assim, já me imaginei vivendo perfeitamente, comendo morangos com chocolates e bebendo suco de morando todos os dias. Eu até viraria um morango. Também não me importaria, pois eu poderia falar mesmo assim. Mas daí pensei bem, e me vi em uma torta branca cheia de creme, sendo devorada por alguns mosquitos cantantes.

Lá, os mosquitos não zumbiam nos ouvidos quando se tentava dormir, cantavam uma música de ninar, muito confortante... Se dormia muito, muito... Rara são as vezes que eu me lembro de alguém de minha família, de meus amigos. Não sei quantos anos eu tinha, e o meu nome, eu realmente esqueci. Se eu tinha filhos, não sei. Eles podem pensar em mim, eu não penso mais neles...

A ovelha que governa tudo aqui, não sei por quê, não nos diz o que vêm depois de tudo isso... Assim como não sabíamos antes. Mas eu tenho uma leve impressão que nos colocam aqui dentro, com tapetes de claras batidas em neves, com ovelhas de claras batidas em neves, mosquitos cantantes e tudo mais, para nós irmos esquecendo de tudo... Devagar, sem nem sofrer. Para que um dia, eu possa voltar para lá. E ganhar outro nome, talvez. Que um dia vou ter que esquecer de novo.

Eu lá vou saber quantas vezes eu fui e voltei.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eu estou com muita raiva.

Uma boa escritora tiraria um texto bom disso, eu não...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Espontâneo

Todo mundo precisa rir.
Alguns notam que precisam,
E outros apenas riem, sem notar.

domingo, 29 de novembro de 2009

Falso

É como uma sombra,

Que ficasse sempre atrás de mim,

Me vigiando,

Ou fazendo eu pensar,

Que alguém me vigiava...

É só uma triste ilusão que eu crio,

De que tem alguém que se importa.

sábado, 21 de novembro de 2009

Um novo lugar

Eu to com medo. Não é bem medo, mas é um friozinho na barriga. É como quando saimos do nosso habitat natural para ir viajarmos com pessoas pessoas desconhecidas. Nós não sabemos como vai ser, mas sabemos que qualquer coisa que acontecer, temos uma pessoa só para contar: nós mesmos. E sabe, quando não temos outras pessoas para contar a vida é tão difícil… Na verdade, pra mim, a vida, vivida mesmo, intensamente, só existe quando se pode compartilhar com outras pessoas.

Eu, em 2010, vou sair do meu habitat natural para invadir, ou me tornar parte de um outro habitat, o habitat de outras pessoas. Não é meu, e nem natural. Pelo menos não para mim.

Vão existir aquelas pessoas que irão me acolher assim que verem que eu estarei vulnerável ou constrangida. Vão me oferecer uma boa conversa, vão perguntar da onde eu vim e o que eu faço ali. Vão existir, também, aqueles que vão me olhar torto, aqueles que não aceitam nada de fora, que são conservadores, cabeça fechada, que não são inteligentes e nem humanos o suficiente para aceitas as diferenças que sempre existiram, e sempre vão existir.

Daqueles que me acolheram, provavelmente algum ou alguns vão ficar e continuar me apoiando em outras horas necessárias. Nesse ponto, eu já os conhecerei e estarei forte o suficiente para ajudar e apoiá-los em momentos dificeis, também.

Nunca senti dificuldade para conversar com pessoas. Já senti dificuldade de pessoas para falarem comigo. Eu não me considero uma pessoa timida, ninguém me considera. Eu me considero quieta, observadora, esperando a hora de poder achar e mostrar o meu lugar. Depois que esse lugar for adquirido, o meu cérebro vai ter que fazer muito esforço para acompanhar a minha língua. Meu pai sempre disse: Eu falo de mais. Mas sei lá, eu não falo tanta bobagem… Apenas falo muito, sobre diversas coisas.

Eu sei que eu vou ter que lutar para achar o meu lugar. Mas talvez não seja tão difícil assim… Pois eu nunca precisei lutar para ser quem eu sou, eu apenas sou. E para conseguir conquistar o meu lugar, basta eu mostrar isso.

Se com isso, eu não conseguir encontrá-lo, é porque alguma coisa está errada…

Ou comigo, ou com eles.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Nos meus olhos

Queria ter o céu em meus olhos.

Eles teriam o brilho das estrelas,

Teriam o formato da lua,

E eles conseguiriam ver o mundo todo,

Alegrar o mundo todo.

Eu queria ter o céu,

Com pássaros voando e cantando,

Nos meus olhos.

Voando para dentro de mim.

Eu queria ter o sol nos meus olhos,

Queimando aqui dentro.

E eles mostrariam a vida para todo mundo.

Eu queria ter o céu em meus olhos,

Todos olham para o céu,

Esperando um olhar de volta.

Eu olharia.

Que venham as férias!

Minha sensação é a mais alegre e a mais comum, que se resume em três pequenas palavras: fim de ano.

Acarretado com essas três pequenas palavrinhas mágicas, vem as despedidas e as chegadas. Nos despedimos do ano, de pessoas, do barulho, do estresse, do nosso cotidiano tão apertado. Recebemos a família, um novo ano, uma nova temporada, um novo dia – a – dia que vai se tornando, depois, bem apertado também.

Sorrimos para os nossos amigos, damos um abraço e os desejamos um feliz Natal e um ótimo Ano Novo.

Reservamos hotéis na praia, ou vamos para a casa dos tios mesmo. As vezes, ficamos pelo calor da cidade frequentando os shoppings com ar condicionado.

Conversamos com amigos novos, revemos velhos amigos. Mergulhamos de cabeça na água gelada do mar e caminhamos pelas ruas do litoral gaúcho.

Temos direito a muito sorvete com cerejas. Ah, eu adoro cerejas. Damos um tchau as chuvas tenebrosas durante uma semana a fio (que perigo, que medo de parar de escrever) e damos olá as chuvinhas de verão, aos temporais e ao vento vindo do litoral. Ah, coisa boa. O mar. A areia. Os peixes. Águas de côco. A família reunida e muitas histórias para contar.

Passamos algumas boas semanas na fazenda, ouvindo apenas o cantar dos pássaros, o cheiro da terra, o vento no rosto. Estamos tão acostumados com esse barulho daqui, que nem notamos que há sempre um ruido constante. Lá, só se ouve o mugir das vacas.

O sol nasce redondo e brilhante. Amarelo, forte, laranja, imponente. Cuidado! Use protetor solar, acima do fator trinta. Outros menores, não adiantam mais.

Sugestão: Não fique tomando banho de sol por horas e horas, ele é muito forte. E um conselho: Pessoas laranjas e com câncer de pele não são bonitas. Seja como você é.

Ficamos uns dois meses recarregando toda a nossa bateria em um paraíso que permite fazermos o que quizermos na hora que quizermos. Então, chegando ao fim de fevereiro e ao início de março, nos obrigam a chegar, novamente, no início do ano, daquele ano, que já havia começado mas agora é que iriamos sentir na pele.

Por gosto ou obrigação, vamos nos adaptando a outros lugares, a novas pessoas, a novos barulhos e novos deveres. Nos adaptamos a tudo. E, muitas vezes, aprendemos a gostar de tudo. Mas enquanto o fim de fevereiro e o início de março não chega, vou me preocupar apenas com o fim das aulas e o início do tempo tão esperado.

Que venham as férias!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Oito anos depois











São Leopoldo, 18 de Novembro de 2009.



Para a Família Gusmão Britto


Nós pensamos que esse tempo nunca ia chegar. Entramos lá com a expectativa de uma infância feliz e produtiva em uma escola perfeita. Mentira, a única expectativa que tem uma criança ao entrar na escola é de saber se o escorregador da pracinha é o mais alto, se as professoras são chatas ou legais, se os colegas gostam das mesmas brincadeiras e esperam usar o caderno novo.

Fomos crescendo lá dentro, alguns com mais sorte e outros com menos, creio que os alunos que tiveram o prazer de ter aula com a Tia Adrianinha deram mais sorte, eu fui um deles, sem querer desmerecer os outros professores. Estamos lá desde a época em que pintávamos ovos de páscoa em folhas de papel, desde as simples contas de adição que na época pareciam um bicho de sete cabeças até as equações de segundo grau, estamos lá desde que nossas mães entravam conosco no colégio e diziam “Vai filhota. Boa aula.” até elas mandarem a gente sair de casa e ir pra escola e da escola pra casa, desde os trabalhos escolares e desenhos livres até os boletins cheios de notas mais ou menos. Fomos de lá, ficamos lá, estamos lá, mas não estaremos mais.

Logo que entramos, fizemos amigos dos quais levaremos pro resto de nossa vida, amigos colegas, amigos professores...

A medida que fomos evoluindo e deixando a pracinha, os desenhos livres e as “Tias” queridas, vimos também que nem tudo é tão perfeito assim... Acabamos nos deparando com algumas festas de Halloween interrompidas por palestras de história fora de hora (antes de um querido pai ir ao colégio reclamar da festa de Halloween), nos deparando com pescarias frustrantes em que em vez de pescar o peixe, colocávamos um balde em uma janela onde alcançavam-nos os brindes... Algumas dessas coisas nos decepcionaram, direção. Esperamos que melhorem, viu?

Os alunos do Gusmão viviam fazendo reclamações constantes a partir de mais ou menos a quinta série. Reclamações diferentes, diversas. Cada um com uma opinião. Se tinha alguma reclamação em comum, esta era sobre o uniforme (sem querer dizer nada, essa carinha amarela poderia ser mudada, não é mesmo?). Alguns reclamavam sobre provas de mais, uns provas de menos, outros redações de mais, outros redações de menos, leituras de mais, leituras de menos. As tias do refeitório, algumas delas, em especial, tão queridas, já foram obrigadas a escutar várias reclamações de suas comidas preparadas com tanta dedicação, já foram obrigadas a ver essas tais comidas sendo atiradas de um lado para o outro do refeitório e logo em seguida supervisoras passavam de sala em sala dando um enorme sermão pelo desperdício de alimento.

A partir da quinta série até a oitava, durante esses quatro anos contávamos os dias que faltariam para sairmos daquela prisão feliz. Nós queríamos era colocar uma carinha chorando intensamente em vez daquele cinismo amarelo estampado em nossas roupas. E as coisas foram aumentando, mais provas, mais trabalhos, menos festas (as de Halloween já haviam sido extintas há muito tempo), mais brinquedos infláveis, mais pracinhas, mais teatros infantis. Oh não! O Gusmão estava virado em uma escola para crianças. Teoricamente, o Gusmão sempre havia sido uma escola para crianças... Até a quarta série nós até que gostávamos, até que agüentávamos, até que suportávamos. E cada vez mais foram entrando mais crianças. Mais crianças e mais crianças. E nós fomos envelhecendo no meio daquela creche. Pequenas pessoas de um metro e vinte de altura correndo para cá e para lá, pulando elástico, pulando corda, batendo uns nos outros... Só nos restava sentar e chorar. Chorar por um colégio de gente decente, meu Deus! As meninas pedindo meninos mais velhos e os meninos pedindo as gurias bonitas dos outros colégios!

Sem notar, nós, os velhacos do Gusmão, fomos nos unindo e ganhando força para agüentar a piasada e tornar aquele colégio um lugar melhor, um lugar com a nossa cara, que não é amarela nem nada. Nos tornamos praticamente um só em busca de um uniforme melhor, de aulas melhores, de recreios mais longos, de palestras, de projetos culturais e esportes.

Rimos muito, conversamos muito, atrapalhamos muitas aulas, colamos em muitas provas (muitas mesmo, viu?), inventamos desculpas para aumentar o prazo de entrega de trabalhos, brigamos, empurramos pessoas, fizemos amigos, desfizemos amigos, fizemos inimigos, continuamos com inimigos. Tudo isso para conseguir sobreviver a estes oito anos ilesos. E cá estamos, no ultimo ano de Gusmão, com saudades de algumas pessoas que já saíram mas nos ajudaram a sobreviver lá dentro. Estamos nos dois últimos meses, galera!

E já ta batendo aquela saudade do que ainda não passou, mas que sabemos que vai passar.

E apesar, apesar de todos os contras, vamos levar com a gente o maior pró de todos: A Família Gusmão Britto. E ela existe mesmo. E é impressionante, como uma família comum... Não escolhemos, ganhamos e aprendemos a gostar, mesmo com todas as dificuldades e defeitos.

E por termos agüentado todos esses anos e estar conseguindo sair de lá com um sorriso no rosto eu posso dizer e afirmo: Eu amo o Gusmão Britto e vai deixar saudade!

E vocês, que continuarão estudando nessa escola pelos próximos anos: Odeiem, xinguem, julguem, briguem pelos seus direitos, cumpram seus deverem, matem aulas, vão as aulas, colem, estudem, não façam temas, façam temas, comam as merendas das tias do refeitório, não levem desaforo para casa da Tia da Limpeza do segundo andar, levem alguns desaforos para casa, respeitem os professores, acima de tudo, discutam quando tiverem razão mas não percam a educação, fiquem com os coleguinhas no banheiro (fui, pegar gente do Gusmão é brabo), mas não esqueçam e escutem os ex-gusmolinos: passa muito, muito rápido. E deixa muita saudade. E só aí que vocês percebem que querendo ou não esse colégio faz parte da sua história.

Queria citar alguns professores que marcaram positivamente as aulas daquele colégio (pelo menos pra mim):


Tia Adrianinha – Com toda a paciência e carinho para cuidar de alunos da primeira série.


Professora Marlene – Tem algumas pessoas que encontramos e nos identificamos de cara, sem nem saber o por quê.


Professor Josiel – Os professores podem fazer uma aula ser interessante, ou não. Ser engraçada, ou não. E com toda certeza, ele fez.


Professora Mara – Sempre escutou e tentou resolver os problemas dos alunos. Muito querida.


Professora Luciane – É difícil fazer alguém (pelo menos eu) entender matemática. Ela consegue. E ainda por cima, se desdobra em 140 para atender o problema de cada aluno (mesmo quando é pessoal.)


Professora Cátia – Mesmo com a implicância e o poder de me irritar, sempre tenta fazer as coisas darem certo para os alunos e tenta promover atividades diferentes.


Professora Janaína – É incrível como alguém consegue movimentar (literalmente) quatro turmas e fazer com que essas quatro turmas caiam de cabeça para fazer alguma coisa. Ela fez todo mundo dançar.


Professora Jeanne – Obrigada por não deixar só no desenho livre novamente... Nos solicitava trabalhos criativos e legais de fazer, dava valor para quem realmente se esforçava e gostava de desenhar.


Professora Juliana – Querida, compreensiva, conselheira. É tão fácil e interessante entender história quando se tem uma pessoa como essa para aprender. Ela nunca vai negar responder nada para ninguém.


Professora Juraci – Explica muito bem português. É calma e paciente com os alunos, e ao mesmo tempo tem autoridade e respeito. É outra que nunca te negará uma resposta, nem que seja para responder o que é verbo.


Tio Fábio – Por todas as vezes que ficou com nossos trabalhos atrasados, fez curativos na gente, nos emprestou o som, por nunca nos negar alguma informação e sempre nos atender de bom humor e sorrindo.


Professora Aline – Animação igual a dela na Gincana não existe. E com toda rigidez, ainda consegue ter o carinho dos alunos e exigir muito dos nossos trabalhos e ajudar a formar o que um dia nós vamos ser e vamos precisar.


Professor João – Que mesmo não estando lá há muito tempo, fala de história do jeito que se deve falar da história: contando-a. Os trabalhos que ele solicita são muito bons e legais de fazer.


Gostaria também de deixar um abraço a todos os funcionários, desde as tias da limpeza, as tias do refeitório, as tias da cantina, os secretários, as tias da biblioteca, os porteiros e aos professores que ensinaram o que eu sei hoje, porque mesmo conversando de mais nas aulas, eu reconheço que sem os professores, ninguém seria alguém.

Peço desculpa por qualquer coisa que eu tenha feito ou não tenha feito.

É difícil lembrar de um aluno no meio de tantos, mas saibam que nós alunos vamos lembrar de vocês e o que fizeram pela gente. O que eu aprendi nessa escola ajudou a construir boa parte do que eu sou hoje e do que eu vou ser. Ajudou a construir todos os alunos.

Até algum dia!

Um abraço, já com saudades,

Ana Clara Schneider Marques - Oitava Série – 2009

2002 - 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Sem mim

Pode ser que
Quando este teto desabar
Sobre nossas cabeças,
Não hajam mais cabeças
E nem pensamentos vindo delas.
O vento levou tudo,
Assim como deixou o céu cair
Entre nós,
entre o nada.
E o chão se abriu,
Concebeu o céu e o sol.
A luz da lua misturada com as estrelas,
Me fez olhar para o chão.
E que grande buraco estava me puxando pra dentro!
E eu fui,
Sem céu,
sem sol,
E de repente,
sem mim.

Quatro meninos de Liverpool


Eles conseguiram parar o mundo, mudar totalmente a história da música e o futuro dela! Juntos, esses quatro meninos, mostraram para muitas pessoas o que é música de verdade, e vão continuar mostrando, mesmo sem ter idéia disso.
Meus filhos vão escutar Beatles, sim. Não por obrigação, mas por consequência. É impossível uma pessoa que cresca escutando música boa, que não vá continuar a escutar música boa. Eu cresci ouvindo Beatles em discos de Vinil. Tudo bem, nasci e já existiam CD's e toca CD's, eu tinha na minha casa, também. Não sou tão velha assim, não sou nada velha. Mas meu pai sempre fez questão de resgatar aquelas belas e antigas músicas, num belo e antigo LP. O disco Let it Be era um dos mais tocados. E particularmente, eu adoro.
Fui crescendo e a minha curiosidade de saber sempre mais e mais sobre Paul, John, George e Ringo foi crescendo, também. Meu conhecimento pelas músicas dos Beatles foi aumentando e agora eu já não conheço mais só os discos que meu pai tinha em casa. Eu procuro sempre achar alguma música "nova" deles que eu ainda não conheça... E incrivelmente, sempre tem.
Às vezes algumas pessoas me perguntam "Qual deles tu mais gostava?". Então, eu respondo o que eu realmente acho "Nenhum deles foi tão bom sozinho, quanto os quatro juntos." E eu acho que isso é verdade, mesmo. Acho que os quatro juntos, fizeram a combinação perfeita, mesmo com todas as brigas e discussões que eles tinham. Os Beatles não duraram tanto tempo comparado a algumas outras bandas que existiram e ainda existem, mas o que eles fizeram foi muito intenso e muito grande, independente dos dez anos que ficaram juntos. Mas pra mim, os Beatles duram até hoje e sempre vão durar.
Eu amo eles.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Por aí

Faz sentido pra alguém,
Alguma coisa assim,
Que não faz sentido nem pra mim?
Que não tem fundamento,
Nem sentimento
De dor ou alegria.
Crava uma estaca no peito de um,
E cura o de outro...
Um mata-mata,
Sobrevivência,
Alguma coisa tem graça,
Ou tristeza?
Corre, corre,
Uma ilusão.
Não mão de uns,
Um coração.
Deixa assim...
Apenas um coração,
Assim,
A mais ou a menos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Meu sol

Quando o sol morre pra mim,

Para de brilhar

E parece não mais aquecer.

No reflexo do espelho,

Eu vejo nos meus olhos,

Uma luz...

Que ainda luta para sobreviver!

O meu sol não morre.

sábado, 24 de outubro de 2009

Cobre o meu rosto com uma onda azul de luz.

Então, quando fores fechar teus olhos,

Não esqueça que eles são o meu céu.

sábado, 17 de outubro de 2009

Brincadeira

Me pediram pra fazer um texto com as seguintes informações que eu mesma forneci:
A- O nome de uma pessoa do sexo oposto: Lucas
B- Um lugar: São Francisco de Paula
C- Um número: 9
D- Uma cor: Vermelho E- O pior dos defeitos: Falsidade
F- Um intervalo de tempo: Duas décadas G- Uma quantia em dinheiro: 75 reais
H- A banda Favorita: The beatles
I- Um lugar comum (que esteja no dia-a-dia das pessoas: farmácia, mercado, etc.): Padaria
J- Comida favorita: Batata-Frita

Depois de dar as informações, fiquei sabendo que elas se transformariam nas seguintes coisas:
A- O nome do seu noivo
B- Onde se casaram
C- O número do seu sapato
D- A cor dos olhos dele
E- O único defeito do seu noivo
F- O tempo de duração de namoro e noivado
G- Quantia disponível para casamento e lua de mel
H- Música que tocou no casamento
I- Local da lua de mel
J- Único cardápio da lua de mel

Bah, daí eu pensei "me fudi, como vou fazer isso?"
Mas daí eu já me empolguei, me lembrei de quando eu era menor e fazia umas redações muito viajadas pro colégio...
Então confiram aí em baixo o que que saiu, galera!
Beijãaao!

Por trás das lentes



Lucas e Mariana tinham se conhecido em uma grande festa na cidade de São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. Naquela noite eles já estavam perdidamente apaixonados.
Sentados na beira de um riacho, em cima de um tronco a luz do luar, eles ficaram conversando de mãos dadas...
Mariana, que apreciava aquela bela noite, balançava seus pés pelo nervosismo da ocasião, e sem querer, impulsionou seu pé esquerdo tão alto, que seu sapato voou lá no meio do riacho.
Era uma noite muito fria, e a hipótese da menina ficar sem calçados estava descartada. Ela precisava calçar algum sapato rápido, antes que seus pés congelassem.
Imediatamente Lucas tirou seus sapatos e foi calçá-los nos pés de Mariana, e foi quando seu pé se perdeu em seus dedos, que ele percebeu o quão pequenos eram os pés de Mariana. Ela calçava número nove, assim como uma criança e seus pés ficaram flutuando dentro dos sapatos de Lucas. E assim, ele a levou em casa.
Lucas e Mariana namoraram durante dois anos e ficaram noivos. O namoro e o noivado duraram duas décadas. Durante esses vinte anos, caminhando sempre muito pouco, pois os pés de Mariana não agüentavam.
Certo dia, Mariana estava andando na rua e se desequilibrou em cima dos mini saltos, e caiu no chão. Ali, ela achou setenta e cinco reais perdidos, e teve uma grande idéia.
Cansou de esperar e impôs ao seu noivo um casamento relâmpago, na padaria onde trabalhavam mesmo... Nada de véu e nem grinalda, terno muito menos. Os setenta e cinco reais foram o suficiente para comprar as alianças usadas da vizinha de Mariana, que já havia se separado.
Trocaram as alianças dentro da padaria, em uma manhã muito bonita. Não havia padre nem alguma testemunha, a não ser eles mesmos e o som dos Beatles que tocava na vitrola da padaria “I wanna hold your hand”.
Trataram de fechar as portas da padaria, e a lua de mel aconteceu ali mesmo...Mas ao invés de mel, o que rolou na lua de mel mesmo, foi muita batata frita. O casal, sem querer, ficou preso dentro da padaria, e já sentindo fome, foram pegar alguma coisa pra comer, e em vez de pão, depararam-se apenas com batata-frita, e foi disso que se alimentaram durante três dias.
Nesse meio tempo, Mariana descobriu muitas coisas sobre Lucas. Entre essas coisas, havia descoberto a falsidade que ele demonstrava no olhar, literalmente. Os olhos que ele mostrava ser azuis, não passavam de lentes de contato, e Mariana ficou muito surpresa ao ver os olhos vermelhos como sangue, com quais se deparara.
Lucas parecia ser uma pessoa perfeita, fazia tudo certo, ria de todas as coisas que ela dizia, era amigo, companheiro... E tinha apenas um só defeito. O que não adiantava de muita coisa, pois o pior de todos os defeitos ele tinha: falsidade.
E uma pessoa não é nada sem viver de realidade.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O dia em que por nenhum motivo claro,

minha vida afundou.
Ah gente, preciso desabafar sobre meu dia. Sei lá se vocês tão interessados em saber sobre ele, mas eu preciso escrever!
Minha vida fácil de estudante, ou que pelo menos parece ser, não é tão fácil assim...
Hoje eu acordei as 06:20 como em todos as manhãs da minha vida e tive uma grande decepção: continuo fãnha e com dor de garganta. Às vezes quando achamos que temos um problema, sempre pode aparecer dois ou três. Além de estar com uma voz horrível há mais de um mês, eu durmo de boca aberta, por causa da sinosite... O que causa uma dor de garganta muito chatinha que não passa, nem piora... É o raio. Detalhe: Eu tenho que cantar para o musical do colégio, e não tô conseguindo ensaiar as músicas desse jeito. DROGA DE SINOSITE.
Bom, logo que eu levantei senti uma sensação horrivel de não sei o quê. Na verdade, mesmo não sabendo no que aquilo iria se transformar, eu sabia que não seria bom... Quando eu acordo com aquela sensação de não sei o quê, eu sei direitinho que vai acontecer alguma coisa, mas que eu não sei qual é. Complexo.
Uma coisa que me irrita muito é me sentir na TPM, quando eu não estou na TPM. É uma sensação de fim de mundo, sensação de problemas sem causa, e por consequencia, sem solução. E era isso que eu estava sentindo hoje, além da dor de garganta.
Acordei irritada, fui pra aula irritada, cheguei irritada e quis matar todo mundo. Sim, todo mundo se inclui a sala inteira que fica olhando pra mim quando eu tenho ataque de fúria. Sim, eu tenho ataques (pequenos, mas são ataques) de fúria. Fúria? Por que motivo? Não sei... To na TP... Ah, lembrei que não estou na TPM, e que esse é um dos problemas sem causa e sem solução.
Voltei da aula morrendo de fome, almocei e lavei a louça. Vim para o computador dar uma ajeitadinha no blog aqui, mas percebi que ninguém tinha bagunçado nada, como sempre. Tudo em seu devido lugar, nenhum post lotado de comentários, tudo no mesmo silêncio de sempre, na mesma calmaria... Nunca vi um blog juntar tanto pó quanto esse. Se não fosse minha irmã vindo dar uma olhadinha aqui as vezes, hein... Nunca vi.
Fiquei grande parte da minha tarde tentando fazer um layout que eu NÃO CONSEGUI - NÃO CONSEGUI!!!! - e tentando decorar as músicas para o musical, o que também não foi possivel pois com a voz que eu estou, ninguém se animaria a cantar. To bem, né?
Como se não bastasse, tive uma crise de autoestima e cheguei a conclusão que eu não sirvo pra nada, e que se um dia alguém achou que eu servia, esse único alguém fui eu.
Por conta disso, resolvi ter uma conversa com meus pais... Ficamos mais ou menos uma hora conversando e me veio a luz no fim do túnel: É que tudo é muito mais simples do que parece... E que às vezes quando deixamos as coisas acumularem dentro da gente, elas se tornam muito mais pesadas do que são... E que quando desembaralhamos essas coisas dentro de nós, falando e esclarecendo pra outras pessoas, vemos que as coisas podem se tornar muito mais leves...
Ah, hoje eu me organizei por dentro graças a ajuda dos meus queridos papais. Falem com seus pais também, ou com alguma outra pessoa que conheça sobre a vida e sobre ti muito mais que você mesmo. Tu vai ver como tudo melhora.
Ta, vou parar por aqui... Me empolguei um pouquinho! Muito obrigada pra quem aguentou ler sobre minhas crises de existencia até aqui!
Beijinho, beijinho!
Bom fim de quarta-feira (14/10) e até amanhã!

O dia em que por nenhum motivo claro, minha vida afundou... E foi salva!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Hello Darlings!

How are you? About me? I'm fine. Hope you're fine too. Or not. It deppends if you deserve...
STOP!
Já ia começar a filosofar em inglês mas meu vocabulary ainda não permite muito.. tá, permite alguma coisa mas não vim pra filosofar, muito menos in english.
Ah, caso o deserve esteja errado, eu não tenho certeza se realmente "deserve" significa merece.. Se não for isso, please avise-me! Me deu um branco.
Well, eu quero postar um texto que eu fiz... Vejam o que acham! Comentem o que acharam, seja o que for: bom, ruim, péssimo, médio, poderia ser melhor... qualquer coisa, mesmo. Qualquer opinião de vocês vale, e muito. Afinal, qualquer opinião não se trata de uma opinião qualquer...
Dêem uma olhadinha aí em baixo!
Beijo, beijo!

A Música da Vida

Um sorriso interrompe toda a monotonia.
Dentes brancos quebram a penumbra que atrapalha o dia.
Gargalhadas transformam o barulho em melodia.
Velhos param para lembrar da vida.
Jovens planejam o resto do dia.
Cachorros latem para os carteiros, sempre atrasados.
Crianças correm atrás do algodão doce,
Como pássaros em volta de uma nuvem.
No céu azul. A cor dos sonhos e dos dias.
Nasce uma tão nova velha vida.
O sol, permanece no mesmo lugar.
Aquecendo e acariciando qualquer pele, sem selecionar.
E o canto dos pássaros,
O trem que passa,
O carro que buzina,
O vento que sopra,
O gato que mia,
O cachorro que late,
A vendedora que vende,
A flor que nasce,
A chuva que cai,
O sol que ilumina,
Entram nessa música...
A música da vida.

domingo, 4 de outubro de 2009

Mascarado

Tira essa máscara

E deixa o teu rosto mostrar

O que realmente

A vida te fez.

domingo, 27 de setembro de 2009

Oi!

Faz 15 anos que eu não posto, né... Mas voltou a chover e eu escrevi de novo! Novidade. Não é à toa que esse é o nome do blog e... Bom, vamos ao que interessa!Escrevi algumas coisas hoje. Dêem uma olhadinha aí em baixo...Beijo, beijo!Bom domingo pra todos!

Pra ti

E eu fiz essa flor nascer pra ti,
Brotar pra ti,
Colorir-se pra ti,
Perfumar-se pra ti,
E se pudesse, ela teria boca,
Para sorrir pra ti.
Para cantar pra ti.
E olhos,
Para olhar pra ti.
E mãos pra te tocar,
Braços pra te abraçar,
E um belo nariz pra sentir teu cheiro.
Então,
Eu sorrio,
Canto,
Olho,
Toco,
Abraço,
Cheiro...
E a cor, és tu que me dás.
O perfume, és tu que me dás.
E eu nasci por ti, também.

Simples assim!

Ela usa seus pés descalços
Todo o dia, às seis da manhã.
E pega água no poço,
Se molha inteira.
Como uma bailarina sem sapatilhas,
Ela dança na terra,
O pó gruda entre seus dedos molhados.
E ela ainda sorri, com essas coisas tão simples.
Porque ela é simples.
E ela só tem a simplicidade para ser feliz.
Porque a felicidade é simples.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"Tanto mar, tanto mar!"

Chove de novo.
O RS inteiro vai virar oceano, to avisando... E eu já to me acostumando com a minha nova vida de bicho do mar, mas que fique claro: eu vou ser uma baleia, e vou ser muito gorda, e vou comer batata-frita o dia inteiro. Caso eu não vire uma baleia, não sei o que vou fazer porque esse é o meu plano A e eu não tenho plano B.
Trocando totalmente de assunto, hoje o meu dia foi normal: fui a aula, voltei da aula, fui a aula de ingles, fui ao centro na chuva no meio de dois guarda-chuvas de minhas amigas, e me molhei mesmo assim. To feia, sim, muito feia... Nunca estive tão feia em minha vida: meu cabelo tá armado, com vida própria e eu to com olheiras. Quem apontar alguma coisa pior do que isso ganha um prêmio...
Não tenho nada mais para escrever sobre o dia de hoje.
Ah! Fiz vários poeminhas hoje, dentre eles, o que está abaixo... Talvez eu poste os outros mais tarde, ou algum dia desses...
Beijo, beijo! Confira o poema, não esquece!

EU PRECISO DE SOL E DIA SECO!

Primavera


Dentro de ti, ouço cantar os passarinhos,
Vejo brotar as flores,
E o sol nascer brilhante.
O teu sorriso,
Faz-me sentir tudo isso
Em um instante.


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Hoje Choveu

Comecei a perceber que toda vez que chove eu escrevo. Não necessariamente toda vez que chove, mas a maioria das vezes, eu escrevo quando chove. Não sei por quê... Eu sei que os dias de chuva, ao contrário de outras pessoas, não são os melhores pra mim... Eu fico angustiada, e me dá vontade de chorar, mas chorar na chuva em baixo do céu nublado. Deixar minhas lágrimas se misturarem com as gotas de chuva... Escrevi dois textos hoje, que não os julgo adequados para postar no blog, nenhum está maravilhosamente bom (o que não é uma novidade), e um deles fala diretamente sobre uma pessoa, que por enquanto, não deve ser mencionada em nenhum tipo de meio de comunicação que me escancare. Mudando totalmente de assunto, tive uma prova de matemática hoje e por incrível que pareça, sobraram uns 10 ou 15 minutos para eu ficar vagabundiando enquanto esperava os outros terminarem a prova. Normalmente eu entrego a prova em cima da hora, nos ultimos minutos, segundos, milésimos. Tirei uma nota média na prova de inglês, que deveria ter sido máxima.
Opa. acabei de perceber uma cólica se aproximando, odeio cólicas.
Hoje, além de tomar banho, ir para a aula, almoçar, olhar TV, ir no computador, escrever textos e falar no telefone, pintei minhas unhas de vermelho. Fazia mais de um mês que não pintava as unhas... Geralmente isso nunca acontece. Também, o que importa.
Tá, não tenho nada de bom pra escrever hoje, por isso vai aí um poema do Mário Quintana, do livro "VELÓRIO SEM DEFUNTO":


O AMOR ETERNO

Dante se enganou: Paolo e Francesca
Continuariam bem juntinhos no inferno, com pecado e tudo
Juntinhos e Felizes!
Mas quem sabe se não seria este mesmo o castigo divino?
Um amor que jamais pudesse terminar...



Eu AMO o Mário Quintana, muito bom esse poema!

Beijo, beijo!

domingo, 9 de agosto de 2009

Domingo Chuvoso

Já estou começando a ficar com medo de completar uma semana inteira chuvosa. "Sábado Chuvoso, Domingo Chuvoso", isso sem falar nos outros dias chuvosos dessa última semana que passaram, que eu não postei nada. Hoje, primeiro dia da... (deixa eu pensar) trigésima semana do ano (acho que é trigésima), está chovendo NOVAMENTE. Quer saber realmente o que eu acho? Que nunca mais vai parar de chover e que eu vou me afogar nas minhas lágrimas de depressão antes que a chuva tome conta da minha casa! Como eu disse ontem, a coisa tá feia pro meu lado. - AAAAAH, agora a chuva tá ainda mais forte (23:42) - Viu, pelo jeito a nossa segunda-feira em São Leopoldo Cidade Cidadã também sera chuvosa, que legal, né?
Deixa eu pensar o que eu fiz hoje... Se é que alguém se interessa em saber... Acordei, fiz a salada de maionese para o churrasco que a minha mãe estragou colocando a clara de ovo, comi, mas comi muuuuuito, depois comi chocolate derretido (alpino), sequei a louça, vim pro computador, olhei algumas coisas por aqui com minha irmã e meu cunhado, passei na locadora, fui na casa do meu namorado, olhamos o filme "O Menino do Pijama Listrado" (é muito triste, mas é bom), tomei café, cheguei de lá as onze horas da noite, faz quarenta e seis minutos, e comi duas torradas de chocolate com queijo... Minha mãe e meu pai roubaram pedaços, estão foi uma torrada, mais ou menos... É, eu ainda não estou gorda!
Agora estou aqui, postando porque um amigo meu perguntou se eu já tinha postado alguma coisa hoje, minha vida não é nada interessante para que eu lembre de postar...
Se algum dia eu for pra Disney, ganhar na loteria, encontrar o Paul McCartney, ressuscitar o John Lennon, ou morrer, não se preocupem que eu posto!
Ah, sobre a gripe suína, ou gripe A, tanto faz, que todos estão falando... Tem até gente conhecida minha que pegou! Mas não se preocupem, não passarei para vocês porque eu nunca vejo esta pessoa. Mas só para vocês verem como o negócio está perigoso, né? (eu e a globo não paramos de falar disso)
Por isso, vou alertar ao meu querido colégio para que prolonguem as férias até primeiro de setembro, todos os alunos e famílias agradecem!
Se alguém leu isto daqui, muito obrigada pela atenção de fim de domingo e desculpe subestimar e duvidar de sua paciência, hehehe!
Beijo, beijo! Até amanhã! :D
-tentarei começar a postar todos os dias!-

sábado, 8 de agosto de 2009

Sorria

Abra os braços.
E sinta.
Sinta que sua emoção pode ser enorme, mas você não pode abraçar o mundo. Por mais que você queira. Nem todo mundo quer ser abraçado. E abraçar todo mundo, é impossível. Dê valor às pessoas que você sempre abraça e aos sonhos que você pode abraçar.
Abra os olhos.
E veja.
Veja que a vista pode ser enorme e linda, mas você não pode ver o mundo todo.
Por mais que você queira. Nem todo mundo quer ser visto e encara seu olhar como uma coisa boa. E ver todo mundo, é impossível. Dê valor às coisas que você sempre vê e que querem ser notadas e vistas por você.
Sorria. Expresse toda a sua felicidade. Você pode sorrir para todo mundo. Não selecione as pessoas que merecem ou não o seu sorriso, sorria para as pessoas que merecem, para as que não merecem e para você mesmo. Você pode sorrir para o mundo. Talvez no seu sorriso, alguém encontre esperança e vontade de sorrir.

Sábado Chuvoso

Caramba, esse é o sábado mais horrivel da minha vida. Tá, não é o MAIS horrivel, já tive outros piores. Mas vamos combinar, pelo menos aqui em São Leopoldo, o dia tá feinho... Terrível. Úmido, chuvoso, nublado e triste... Quem não concorda comigo se mata.
Sabe o que que eu fiz hoje? Gravei dois cd's com músicas da moda, olhei um filme que não pude olhar a cena final porque ficaram me enchendo o saco na sala, olhei sapatos pela manhã, fui comprar um tenis que SAIU DE LINHA (que raiva, odeio a nike!), e escrevi uns textos... Agora, to escutando Los Hermanos - quase todas as músicas do Bloco do Eu Sozinho - e conversando com uns amigos, reclamando sobre algumas coisas.
Gente, to apavorada com essa gripe suína. Cara, que loucura isso, né? Minhas férias que iam ir até o dia 3 de agosto, foram até o dia 10 e agora estão indo até o dia 17.. Vamos ver quanto tempo vai durar isso, hein! Essa folguinha até que está sendo boa, mas ia ser bom se fosse por uma boa causa, né? To começando a ficar com medo dessa gripe, agora.
Acho que vou ficar escrevendo aqui até amanhã porque hoje eu to com uma vontade imensa de escrever... Depois eu vou por um dos textos aqui, que eu terminei de escrever ontem e ele tava no meu computador desde o mês retrasado, passado, ou até antes.
Ah, ontem o meu dia foi rasoável... Mas eu ando meio... Sei lá, sabe?
Tá feia a coisa pro meu lado! Não sei o que tá acontecendo, mesmo. Hdoahdaoia!
Mas não se preocupem, se é que tem alguém lendo ou que vai ler isso daqui.
Amanhã, eu espero que o dia seja melhor que ontem e MUITO melhor que hoje!
Beijo, beijo. Vou postar o texto!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Poema

"O Poema
essa estranha máscara
mais verdadeira do que a própria face..."

Mário Quintana



Tive que postar.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sandra

Sandra passava muito tempo tentando ser outra coisa.

Disfarçando o que era, e sendo o que não era.

Seu rosto pesava de tanta maquiagem, suas roupas chamavam atenção para os lugares mais óbvios, suas falas eram decoradas e seu olhar era vazio.

Seu emprego era o da moda, sua faculdade também. As músicas eram as da hora, e seus programas de fim de semana eram sempre agitados.

Alguns invejavam a vida de Sandra. Invejavam seu glamour, seu brilho, seu charme, seu dinheiro, seu amigos, seu namorado, seu amante, seu cheiro, seu cabelo, suas pernas, suas roupas, sua casa, seu carro... Invejavam até o rosto que ela inventava em cima do verdadeiro.

As amigas do salão de beleza mostravam os olhos queimando enquanto olhavam para os cabelos sedosos de Sandra.

A vizinha, que se escondia para despachar o bêbado do bar da esquina todos os dias às cinco horas, antes do marido chegar do trabalho, quase morria quando via o gostosão de 20 anos saindo escondido da casa de Sandra, dentro de uma BMW.

Quando Sandra ia naquelas reuniões, quase conseguia acreditar que realmente entendia daquele assunto que estavam tratando, como acontecia de acreditar que realmente gostava daqueles eventos em que era praticamente exigido o uso de um salto de 20 cm.

Mas dava pena ao notar que estava nela acreditar que o modo dela se vestir, que o modo dela tentar se manter a cima dos outros, que o jeito dela achar necessário provar que pode mais, era mais importante do que o que ela sabia, ou o que ela sentia, ou o que ela havia aprendido com seus pais...

Dava pena ao pensar que quando ela chegava em casa à noite, muito cansada, ela descia daquele pedestal onde ela achava que estava, e soltava os cabelos, tirava a maquiagem, tirava o salto, falava o que queria, se olhava no espelho, e chorava. Chorava por odiar o que ela era, e por fingir ser o que queria.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sol

É sempre o que me inspira.
O que me solta.
O que me ganha.
O calor que jamais tive, eu posso conseguir.
O brilho que jamais me deram, eu posso atrair.
E quando eu olho para fora,
E não vejo o sol...
É como se eu esfriasse...
É como se eu não brilhasse mais...
A cor fosca toma conta de mim.
E o nublado, nota-se no meu olhar.

Palavras

Ela fecha os olhos. Abre de novo.
Continua no mesmo lugar com as mesmas pessoas.
Os problemas...
Ela fecha os olhos e novamente os abre.
Os problemas continuam com ela. Dentro e fora dela.
Ela respira fundo, os outros olham para ela. Ela quase chora. Quase.
Mas daí segura as lágrimas por lembrar que não se limpa os problemas com elas, e que elas não vão levá-los embora.
Seus olhos ficam vermelhos, seu nariz arde e sua garganta dói.
Mas o coração sente uma coisa muito pior, que não passa. Não se cura.
Ela fecha os olhos. Uma única lagrima acumulada escorre. Ela seca rapidamente com seu moletom do México. Comprado no México em sua ultima viagem. No bolso, um bilhete. Lido e relido muitas vezes. Já meio amassado e manchado.
Ela pega e lê novamente. Uma lágrima pinga sobre ele, borrando as ultimas letras do “Fui embora.”.
Duas palavras. Apenas duas. Duas palavras que levaram tudo que ela tinha, ou achava que tinha. Duas palavras que trataram de deixar só agonia, solidão, desespero.
Era como se estivesse escrito pedindo para que ela não vivesse mais, para que ela não sorrisse mais, para que ela nunca mais amasse.
E era exatamente o que ela fazia.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dentro de nós

Todos nós,
Estamos vestindo por dentro,
A cor incrivelmente escura
Do seu pelo.
E junto com as lembranças,
Vertem as lágrimas
Incontroláveis de nossos olhos,
Para que um dia,
Junto com as lembranças,
Vertam os sorrisos
Incontroláveis de nossas bocas.




Dedicado a Mini, a gata que ninguém nunca,
nunca vai esquecer!
Saudades, minha véia!

terça-feira, 24 de março de 2009

As borboletas parecem voar pelo céu,
Um tanto confusas e sempre sozinhas.
Param numa folha, voam para outra...
Em busca de algo que eu também procuro,
Mas não sei o que é.

A Gata

Parada na porta de casa,
Sentada nos degraus
Onde muitos já tinham pisado,
Eu olhava para a velha gata preta,
Que pelos seus olhos dourados,
Olhava para as folhas
Circulando dentro do redemoinho.
Para ela, aquilo não fazia mais sentido.
Não como antes, quando tudo era novidade,
E ela corria atrás das folhas enlouquecida.
Agora, aquele círculo de vento,
Era mais que comum, e foi perdendo a graça.

Lua

Hoje, um amigo meu, o Kievel, estava conversando comigo pela internet, e sugeriu para que eu fosse ver a lua, que estava linda. Abri a janela, não vi lua nenhuma. Vi um pouco de sua luz que batia nas nuvens.
Foi simplesmente assim, que eu vi que a lua às vezes aparece, e às vezes não. Que em algumas noites ela aparece pra uns, e não pra outros.
E assim, a gente vai vivendo. Uma noite com mais luz, outra noite com menos luz, em outras, com uma pontinha de luz que ainda sobra. Aí que eu me dei conta, de que a luz da lua, sempre volta. E que mesmo que tenham muitas nuvens tapando, em alguma noite, ela vai arranjar um jeitinho para aparecer. Cabe a nós, se vamos dar bola só para as noites escuras, e ficar sempre na escuridão, ou se vamos viver e lembrar das lindas noites de lua cheia.

terça-feira, 3 de março de 2009

Orgulho

Esse orgulho ordinário. Essa preocupação com o que os outros vão pensar. Esse excesso de amor próprio e principalmente esse medo de se render.
Não acredito mais em promessas. Pelo menos, as promessas que me fazem, nunca são cumpridas. Quem errou uma vez, vai errar sempre. Não. Quem me machucou uma vez, me machucou pra sempre. Se vai errar daqui pra frente ou não, é só um detalhezinho pequeno. Tem alguma coisa que não me deixa esquecer o que aconteceu. E lembrar do que aconteceu me dá uma dor tão, tão enorme e horrorosa, mas que não diminui meu amor. Só mistura raiva com amor, e isso, por experiência própria eu digo, não é nada bom. Então, pense. Como eu posso continuar convivendo com o que me faz lembrar dessa dor toda hora? Como eu posso não conviver com o que me faz feliz? É uma situação para pensar, pensar, pensar e enlouquecer. Não tem o que fazer. Ou eu passo por cima de uma coisa que eu não consigo esquecer, ou eu não esqueço e passo por cima do meu orgulho. Mas, o meu orgulho é deixado de lado nas duas opções. E eu não consigo fazer isso.

Aquele espaço enorme

Eu poderia agir da mesma forma, não poderia?
Seria fácil resolver os problemas fazendo o mesmo joguinho. Mas joguinhos são tão... Vazios. E o vazio pra mim é pior que discussão, é pior que desentendimento é pior que briga. Porque no vazio, cabe silêncio, cabe tristeza, cabe mentira, cabe omissão, cabe submissão, cabe desonestidade, cabe mágoa, cabe angústia, cabe solidão, cabe decepção, cabe frustração, cabe tanta coisa, mas continua tão vazio.
E eu senti tanta coisa ruim com esse vazio. Eu senti um nada muito forte, que não dá nem pra chamar de nada. Um nada com dor, um nada com sofrimento. É um nada que eu ainda sinto, mas que eu tento esconder. E muitas vezes consigo, pra tentar fingir que tudo isso é bobagem, e que eu posso completar esse vazio. Mas eu completo, na maioria das vezes, com insegurança e dúvida...
Penso e vejo que o erro não é meu, é nosso. Penso e vejo que quem tem que pedir desculpa não sou eu. Que o que tem que mudar não é em mim, é em nós. Que a diferença dói sim. Que só o amor não resolve. Que só a confiança não garante. Que só o sentimento não move. Que pra pedir desculpa, se passa por cima do orgulho. E que pra perdoar, tem que valer a pena. Porque tudo isso só funciona, com respeito e consideração.
Porque sem respeito, não tem amor. E é possível ter respeito sem amor.
Eu só não quero mais alguém pra ter receio, nojo, repugna, raiva e até uma considerável dose de ódio. Mas é engraçado, você sempre acaba arranjando mais alguém assim pra mim. Alguém que eu não tenho sequer um sentimento bom para amenizar todos os outros ruins. Porque você sabe, o que te salva de mim, é o meu amor, que aos poucos, toma conta da raiva e do nojo, e do pouquinho de noção que eu ainda tinha. O que te salva de tudo é o meu amor. O que te abriga quando você briga com alguém, o que te escuta quando ta irritado, o que tagarela quando você escuta, o que escuta enquanto você tagarela, o que você tem conversa, o que te beija quando você tem desejo, o que te acaricia quando você ta quieto, o que te dá razão pra ter aquela saudade boa.
Você tem quem te observe, quem te cuide, quem te sorria, quem te abrace, quem te beije, quem te respeite, quem brigue contigo, quem discuta, quem te acorde, quem te ame. Você tem a quem observar, quem cuidar, a quem sorrir, a quem abraçar, a quem beijar, a quem respeitar, com quem brigar, com quem discutir, a quem acordar, a quem amar.
E esse alguém sou justo eu. Justo eu que dou mais do que recebo. Justo eu que posso só estar achando isso. E porque eu estou aqui, afinal? Se eu acho tão errado o que você fez, ou faz. Se eu acho tão estranho o seu jeito de agir, se eu acho tão incorreto o seu jeito de amar. Existe jeito de amar? Essas criticas a ti são tão dispersáveis, sempre vão pra outro lado, encontram outras perguntas, outras respostas, outras criticas sobre outras coisas.
Hoje, eu vejo que fazer é mais difícil que falar. E que muitas vezes, a gente fala sem saber.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quando

E quando nós não conseguirmos mais nos olhar nos olhos, não haverá mais necessidade de fazer isso.
Quando não tivermos mais vontade de lembrar do que vivemos, poderemos esquecer.
Quando as brigas já forem de costume, assim como as reconciliações, não terá mais por quê. E quando não tiver mais por que, não tente achar algum.
Deveremos nos afastar, quando juntos, quisermos que o tempo passe mais rápido.
Talvez, um dia, o que a gente sinta, já não tenha mais sentido. O que a gente sinta, talvez não seja mais tão forte. Então, o que a gente sentia, não sentimos mais.
O amor pode ter mudado, acabado... Mas não esqueça que ele existiu.
E, se um dia, isso acontecer com a gente. A gente vai saber quando parar. Mas nunca, nunca esqueça que eu te amei. Que nós nos amávamos. E não guarde rancor, porque apenas... Terminou.

Dúvida

Eu mudo, se achar que me convém.
Penso, penso, penso. Vivo, convivo, observo. Falo, escuto, converso. Sofro, faço sofrer e sinto isso. Ainda não sei se me convém. Penso um pouco mais, fico na dúvida. Me dói essa dúvida. Mas eu sei que doeria mais a decisão, a decisão certa a tomar. Eu sei bem que quero a decisão errada, mas eu quero estar certa, e poder estar certa. Prefiro fingir que estou na dúvida. Das três, a dúvida ainda é a melhor opção.

Imprevisivel

A vida é um pouco... Engraçada. Um pouco? Ela é muito engraçada. A gente se rala tanto, tanto. Mas é impressionante como a gente sempre acha um motivo pra rir. A gente é tão, tão feliz, mas é impressionante como a gente sempre acha um motivo pra chorar. Nunca está tudo bem. Nunca está tudo mal. E isso é o que deixa a vida ser... Engraçada. Estranha. Complicada. E o mais legal de tudo isso: Imprevisível. Isso é o melhor de tudo. Eu agradeço por não saber o que vai acontecer comigo amanhã! Eu agradeço por não ter sabido que ontem, o dia seria quente e um pouco ensolarado. A previsão do tempo, sempre erra ultimamente. Eu procuro amar tudo que eu tenho. Eu procuro não odiar algumas coisas que fazem parte da minha vida. Só procuro. Não odeio a toa. Posso até dizer que odeio muita gente, muita coisa, muitos atos, mas isso é só força do hábito de usar esse verbo. Odiar mesmo, eu só odeio algumas coisas. Tem coisas, que eram pra ser odiáveis, e eu consigo sentir apenas... Nojo. Odiar, às vezes é bom. Descarrega a raiva. E parece que soluciona todos os problemas. Às vezes. Odiar de mais, é totalmente ruim. Nos consome, e realça todos os problemas, e nos causa mais problemas. Eu tento ser equilibrada em tudo. Só tento. Não consigo, é claro. Como todo o ser humano, não posso e nem quero ser equilibrada em tudo. Porque se não, minhas ações já começam a ser previsíveis. E ser previsível de mais, é tão chato quanto viver uma vida previsível. Por mais que ela não exista, algumas pessoas sempre tentam uma vida assim.

Continue!

Esqueça o que podia ser. Esqueça o que podia ser e não foi. Esqueça, por favor. Porque pra mim já ta sendo difícil. Não queria ver mais alguém com essa dor. Esqueça os planos que fizemos. Finja que nada existiu. Tente achar que era ridículo pensarmos no futuro, tenta achar mesmo, tudo um nada. Quem sabe, assim você sofre menos, você pensa menos.Se quiser por a culpa em mim, ponha. Se isso for amenizar sua dor...Não pense que podia ter dado certo. Se podia, teria dado. Não pense que nós mesmos nos destruímos, se foi assim, foi porque nós quisemos isso.Tente esquecer que um dia nós fomos felizes juntos. Não ache que separados estamos tristes. Isso foi bom. Cada um pra um lado. Cada um com uma vida diferente, sem mais nenhuma ligação. Pense que sua vida está bem melhor agora. Pense que eu era um peso no seu mundo. Eu só incomodava, te chateava, não é mesmo? Você sabe, foi assim desde o começo.Um cobrava o outro, um se comparava com o outro, um queria ser mais que o outro. Em vez de apenas aceitarmos que juntos éramos felizes, nós tentávamos provar que podíamos ser felizes separados. Bom, hoje veja isso. Veja que nós somos felizes separados, que nós podemos fazer isso. Pode ver, que sua vida continua a mesma. Você continua estudando, querendo fazer aquilo que quer. E eu continuo sem saber o que eu quero. Claro, mais uma coisa eu arranjei para você. Eu me arranjei. Arranjei pra ti, alguém que te prendia, alguém que não tinha nenhuma idéia do que queria. Agora, você vê de tudo que você se livrou. Você se livrou de mim! Se livrou. Imagine, você tinha a louca idéia de viver comigo! Você, realmente, tirou o maior peso que alguém poderia tirar das costas.Por favor, pense assim, aja assim, acredite que é assim. Alguém tem que conseguir sobreviver pra poder contar a nossa história, e acho que acreditando nisso, é o único jeito, e eu não to conseguindo.

Medo

Medo de pensar e chegar naquela conclusão. Concluir que não serve mais. Concluir que é perda de tempo, que já era.Prefiro nem pensar. Tento não pensar que é assim. Mas que irônico, eu penso só nisso o dia inteiro. Penso justamente no que não se pode.E que estranho, eu acabo chegando naquela conclusão. E nego. Nego até hoje. Nego até o ponto em que eu não puder mais negar. Nesse ponto que eu ainda não cheguei. Finjo estar tudo bem, e parece que está. E quem sabe, pode ser que esteja. E eu é que não vejo. Eu que quero coisa melhor do que tenho. Eu que gosto de ter, mas não quero gostar. Quero desacostumar. Quero conseguir largar, me libertar. Mas no fundo, eu sei que eu gosto de ter e gosto de gostar. Se não, não gostava. Se quisesse mesmo, largava. Se fosse ruim mesmo, me revoltava. Mas pra me revoltar preciso coragem. Preciso descartar o medo do meu vocabulário, preciso até de um pouco de ódio. Preciso de raiva, ira e desprezo.

Desbotou

Eu chego ao meu quarto. Visto aquele vestido novo, bonito, ainda cheirando a roupa nova. Passo as mãos devagar ao longo do corpo para desamassar as marcas que ainda tinham ficado da sacola. Dou algumas voltas na frente do espelho, desamasso mais um pouquinho na ponta. Coloco meu batom vermelho escuro, quase um bordô, combinando com o vestido. Passo ele bem devagar, cuidando para não borrar. O batom desliza tão facilmente pela minha boca deixando uma cor forte. Entre esse meio tempo, dou uma olhada no meu celular, nenhuma chamada, como eu sabia, apesar de ter um pouquinho de esperança. Volto ao espelho, espalho o batom forçando e movendo o lábio superior conta o inferior, de modo tradicional. Pego aquele lápis bem preto e passo no contorno dos olhos, depois o rímel, fazendo os meus cílios ficarem bem curvos. Penteio meu cabelo começando pelas pontas, para desembaraçá-las, depois, a escova corre com uma facilidade pelos meus fios pretos e lisos. Prendo a camada de cima com um coque, o resto deixo solto. Sei lá, não fico bem com o cabelo totalmente preso. E pelo visto, acho que ele também não gosta. Calço meus sapatos pretos de salto alto, ponho os brincos que jamais tirei daquela caixa empoeirada e os coloco. O colar, a mesma coisa. Acho que já estou pronta, eu pensei. Então, meu celular toca bem rapidinho, som de mensagem. Vou correndo até ele, “me atrasarei quinze minutos”. Tudo bem, eu pensei. Podia ter tomado um banho mais longo, pelo menos agora tenho tempo para alimentar os gatos. Teria dado tempo para alimentar os filhotes da gata mais velha, que ainda não tinham nascido. Pois é, ele demorou mais do que quinze minutos. Enquanto isso, eu batia meu pé agoniadamente sentada no sofá. Olhava para o relógio de cinco em cinco minutos, ou segundos. Até que eu ouvi uma buzina, que, ridiculamente parecia apressada e pedia pressa. Já fiquei com uma ponta de raiva. Olhei pela janela, era ele.Saí com calma, fechei a porta da casa com toda a calma do mundo. Entrei dentro do carro. Nos beijamos, o que fez borrar todo o meu batom. Ele estava quase ligando o carro. “Esqueci minha bolsa.”“Ah, meu bem! Não precisa de bolsa, que coisa!”“Espere aí, vou pega-la.”“Mas, você já está linda assim, a bolsa só vai atrapalhar.”“Eu quero o que tem dentro da bolsa.”“Não precisa. Eu tenho dinheiro aqui. Já estamos atrasados e não quero me atrasar mais ainda. Temos reserva no restaurante para as 20h e agora já são 19h50min. E não acredito que você vai voltar para pegar a bolsa! E como você esquece se é tão importante?”“Meu Deus do céu, nesse meio tempo eu já podia ter ido e voltado. Espere aí.”Bati a porta do carro com força. O que me deu mais raiva é que o vestido que eu demorei tanto para desamassar tinha puxado fio quando engatou no cinto de segurança. Demorei tanto tempo para me arrumar, e agora, ele já tinha feito meu batom borrar, meu vestido não ficar tão impecável quanto antes e provavelmente eu já estava suada de raiva. Raiva acumulada desde a hora dos “quinze minutos”. Entrei em casa, peguei a bolsa e voltei. Entrei no carro prometendo pra mim mesma ter um pouco de paciência e tentar amenizar a minha raiva, para não brigarmos... De novo.“Está tudo aí agora?”“Claro, podemos ir.”Fomos até o restaurante sem falar uma palavra. Chegamos lá. O restaurante estava vazio. Ele não precisava ter tido tanto medo das reservas. Poderíamos chegar naquele restaurante uma hora depois do que tínhamos marcado que ainda teriam lugares. Aquele lugar tinha seus dias contados. Ele estava bem arrumado, mas tinha cara de filial que não deu certo, e os garçons tinham cara de que teriam que procurar outro emprego logo, logo.A comida era apimentada de mais. O que fez meus olhos lacrimejarem, borrando meu rímel. Tentei concertar. Sem muito sucesso.Como sempre, ficamos conversando sobre o nosso trabalho. Sobre minha mãe, meu pai e o quanto eles odiavam ele. Ele não se conformava. Eu acho que estava começando a entender. Definitivamente, não era mais como antes.“Por que não botou o vestido que eu te dei? Você deveria gostar daquele tipo de roupa, é mais chique.”“Eu achei ele lindo, mas...” Com certeza soou com ar de mentira, e era. “... ele estava um pouco amassado, não tinha tempo de passá-lo.”“Da próxima vez, organize-se antes.”“Talvez se você tivesse dito que demoraria quarenta minutos, eu saberia que dava tempo de passar o vestido.”“Eu não tenho culpa se o transito está uma droga!”“Tudo bem.” Eu tinha prometido ter mais paciência. Paciência quando ele tenta escolher as coisas que eu devo gostar, paciência quando ele me diz pra ser do jeito que eu já sou. O desorganizado é ele, e ainda quer dar aula.“Mas você está bonita com esse vestido, e essa maquiagem, bem... diferente.” Ele tentou, mas não conseguiu. Ele podia ter deixado a impressão de que tinha me achado linda, como tinha dito no carro, quando queria ir embora rápido dali, querendo me dar segurança dizendo que eu não precisava da bolsa para ir embora. Mas eu não queria a bolsa por estética. Minha bolsa, minha independência. Levo o que quero lá dentro, e o que eu não quero, também. Ele pensa que eu só me preocupo com isso e com o que ele vai achar de mim. Eu pensava nisso tudo enquanto deixava o coitado, ou não, esperando.“Mariana?”“Ah, obrigada, você também, está muito bonito com essa camisa azul.” Ele realmente estava bonito. Só bonito, nada de mais. A beleza dele tinha me atraído no inicio, mas agora eu sabia de todas as coisas que faziam a beleza dele quase desaparecer.Depois de passadas duas horas, conversando sobre as mesmas coisas de sempre, fomos embora.“Mariana, eu te amo.” Respondi com um beijo rápido. Foi a única coisa que consegui fazer. Então, fechei a porta do carro, e ele saiu. Fiquei me sentindo culpada por ter sido grossa. E agora eu tinha certeza que essa seria a única coisa que eu conseguiria ser dali pra frente.Eu me arrumei e me enfeitei para o início do fim. A cada dia que nos víamos, era mais um para chegar ao final. Não dava mais. Durante todo esse tempo, ele não mudou nada desde o inicio. Ele foi o mesmo cara de quando eu conheci e me encantei. Primeira semana, primeiro mês, primeiros meses. Conheci-o suficiente nesse tempo, para saber que não ficaria encantada por toda a minha vida. Como um batom recém passado: vermelho, forte, intenso. Um dia desbotou.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Não depende mais de mim!

Não sou de desistir das coisas. Não sou de me conformar com o que não me agrada. Não sou de ficar satisfeita com coisas que acabam e que deveriam e poderiam continuar.
Agora, não quero me conformar e não quero desistir. Mas talvez seja preciso. Talvez seja melhor. Talvez seja inteligente e saudável fazer isso.
As coisas mudaram. Engraçado, para mim elas sempre mudam. E parece que nada fica bem por muito tempo. Nada fica do jeito que eu quero ou me sinta bem por muito tempo. Não sei também pra que existe tempo e passado. Acho que nunca vou aprender a lidar com ele.
Ele quem? Por que é mais forte que todas as coisas e pode acabar com as coisas assim como pode construir tudo?
Sempre sigo a minha vontade. Ou pelo menos tento fazer isso. Acho que se é minha vontade, é o melhor pra mim. Mas por que eu mesma acho errada essa minha vontade e às vezes ela me prejudica? Mas a verdade é essa. Eu tenho vontade de tentar reconstruir, de tentar vencer, convencer, aceitar, mudar e ser feliz. Mas não é nada fácil.
A realidade agora é outra. Mudou, passou, sumiu, acabou. Tenho que aceitar. Ou não. É, talvez eu realmente não tenha que aceitar que mudou, passou, sumiu e acabou. Por que fazer isso se eu sei que posso tentar mudar, voltar, aparecer e reiniciar?
Eu não acredito em fins tão rápidos. Não acredito que toda uma força, possa acabar tão rápido. Se não, não era tão forte. Mas se tem toda essa força sobre mim, tem por que tentar. Tem por que não aceitar e não me conformar.
Eu fiz uma série de escolhas erradas que me fizeram feliz. Fiz uma série de escolhas erradas que me levaram a mais escolhas erradas e dolorosas que agora eu não quero voltar para acertar. Quero apenas viver e ser feliz com as escolhas erradas que fiz, porque foram elas que me deixaram ser feliz e continuar. Foram por essas escolhas erradas, que eu não deveria ter feito, que eu vivi os dias mais importantes da minha vida. Elas pareciam dolorosas, foram difíceis de escolher, mas vejo que não consigo viver longe delas, longe das minhas escolhas do passado. E eu fico mal de pensar que agora não depende de minha escolha, que não depende mais de eu escolher certo ou errado, não depende mais de mim.

Aconteceu

É difícil de acreditar e difícil de dizer. Mas eu não existo mais. Meu corpo ainda está aqui, as pessoas ainda me vêem, me sentem, me escutam e eu ainda escuto elas. Mas o que há dentro de mim, morreu, ou pelo menos parece não ter mais sentido.
Não sei se isso vai passar, ou se vai ficar pra sempre. Acredito que não. Mas o que eu faço enquanto essa dor não termina?
É difícil de acreditar que o tão temido aconteceu, e é difícil aceitar que talvez não tenha volta que as coisas mudaram e que talvez não mudem de novo.
Minha cabeça ainda dói pelo tanto que chorei. Mas dói mais por saber que ainda vou chorar mais.
Eu não tenho mais força. Toda a força que eu tinha, vinha dele. Não tinha tristeza que superasse o amor por ele e não tinha dia triste quando pensava nas coisas boas.
Todos os momentos ainda estão na minha memória e não faço questão de me lembrar deles, mas ainda me lembro. Não quero que eles vão mas também não quero que eles fiquem. Lembranças são a única coisa que me restam e não sei se me fazem bem.
Eu ainda posso estar sorrindo, posso estar vivendo, posso estar falando, conversando e às vezes dando uma gargalhada. Mas por dentro, por trás disso tudo, ainda tem aquela tristeza que faz eu me lembrar, e aquela lembrança que faz eu entristecer, e aí, eu vejo que todos os momentos de felicidades que eu tenho agora, não são profundos, são passageiros, e que não me garantem felicidade.
E pensar que alguém ou alguma coisa me tirou o que era profundo, e não era passageiro, e que me garantia felicidade. Mas o que eu sinto ninguém me tira.
A história nunca acaba. Só tenho medo que ela seja esquecida.
O tempo vai passar, as coisas vão se apagando e tudo que eu sentia não vai mais fazer sentido. Tudo que eu investi, mudei, acreditei, amei, vai ir assim, tão insignificantemente como se não tivesse sido nada e como se fosse fácil de deixar. Fácil é a única coisa que não é.
O que eu sinto ainda é maior que essa tristeza, que esse vazio, que essa parte que está faltando. Eu não sei o que é que eu faço e eu tenho medo. Só medo. Medo de não ter mais motivos pra ter esperanças, medo de que acabe de vez, medo de acreditar que seja melhor assim.